Num comunicado em que também acusa o executivo de “faltar à verdade” quando diz que os vencimentos dos militares foram aumentados, esta associação escreve que o “atraso na nomeação de um novo Secretário de Estado” da Defesa, após a saída de Marco Capitão Ferreira, que foi constituído arguido na operação ‘Tempestade Perfeita’, “significa ainda mais atraso na hipótese de procura de soluções para os problemas que afetam todos os militares, e particularmente dos que afetam os Sargentos”.
“E ainda mais preocupante se torna quando vemos e ouvimos o primeiro-ministro em declarações sobre o caso, afirmar que este assunto não é o que preocupa os portugueses! A Defesa Nacional não pode ser tratada como uma ‘coisa’ menor, como ‘algo’ menos importante, como fez António Costa, frente a vários órgãos de comunicação social”, lê-se no texto.
Quanto ao facto de Marco Capitão Ferreira ter sido constituído arguido e as circunstâncias da sua saída, a Associação Nacional de Sargentos diz estar a acompanhar a situação e sublinha que “o essencial é que se investigue a fundo e se faça justiça”.
“Assistimos com preocupação ao desenvolvimento do caso e às suas possíveis consequências. Enquanto associação socioprofissional, preocupa-nos porque o pouco ‘diálogo'” que havia até agora entre o Governo e a ANS sobre as matérias do foro socioprofissional “estava a ser feito, maioritariamente, com a Secretaria de Estado da Defesa Nacional, em face da delegação de competências da Ministra, no seu Secretário de Estado”, é explicado.
Esta associação acusa ainda o Governo de estar a “faltar à verdade quando apregoa que os militares viram os seus salários aumentados”.
“Onde estão os tão propalados aumentos salariais dos sargentos das Forças Armadas, senhor primeiro-ministro? E pensa que os portugueses não estão também preocupados com isso?”, questiona.
A ANS aponta a sucessivos governos uma desvalorização “daquilo que é, e a importância que deve ter, a Defesa Nacional, e dentro dela, as Forças Armadas”.
No passado dia 08, à margem de um Conselho de Ministros informal, em Sintra, o primeiro-ministro, António Costa não comentou a exoneração do secretário de Estado da Defesa Nacional, apelando a que se deixe a “justiça funcionar”, e garantiu que o foco do Governo está nas preocupações dos portugueses.
Marco Capitão Ferreira demitiu-se do cargo de secretário de Estado da Defesa no dia 7 e, no mesmo dia, foi constituído arguido no âmbito da operação ‘Tempestade Perfeita’, sendo suspeito dos crimes de corrupção e participação económica em negócio.
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