“Os envios de armas para a Ucrânia planeados até agora pela maioria dos Estados-membros da UE são, em qualquer circunstância, demasiado pequenos”, disse o líder alemão em conferência de imprensa após uma reunião com o homólogo luxemburguês, Luc Frieden.
“Portanto, peço aos nossos aliados na União Europeia que também aumentem os seus esforços pela Ucrânia”, acrescentou.
A Alemanha vai investir oito mil milhões de euros em ajuda militar em 2024, o dobro do ano anterior, lembrou o chanceler alemão.
Scholz mostrou-se mais uma vez confiante de que a UE chegará finalmente a um acordo sobre os 50 mil milhões de euros de ajuda ao Orçamento do Estado da Ucrânia para os próximos anos, mas disse que, simultaneamente, o apoio militar também deve ser importante.
“Paralelamente, continua a haver necessidade de que a ajuda em armamento de cada estado seja garantida e suficientemente grande”, sublinhou.
“Novamente, o que sabemos atualmente é que não é grande o suficiente. Precisamos de contribuições maiores. Talvez todos os planos já tenham sido adotados, mas não os conhecemos”, acrescentou Scholz.
Por esta razão, a Alemanha pediu a Bruxelas que pergunte aos países membros sobre os seus planos de ajuda militar à Ucrânia, explicou.
Berlim espera que, o mais tardar, na cimeira comunitária de fevereiro, haja um retrato preciso das contribuições dos parceiros europeus este ano.
Na conferência de imprensa, o primeiro-ministro do Luxemburgo concordou com Scholz que cada Estado-Membro da UE deve contribuir para o propósito de salvaguardar o Estado de direito, a integridade territorial, a independência e a soberania da Ucrânia, mas pediu para se ter em conta o apoio como um todo e não apenas o militar, referindo-se à ajuda financeira direta, humanitária e assistência aos refugiados, explicou.
A ajuda, defendeu, deve ser concedida “dentro das possibilidades” de cada país membro e ser proporcional ao orçamento do Estado e da defesa.
O Luxemburgo atribui 16% do seu orçamento de defesa à Ucrânia, informou Luc Frieden.
“Para nós e para todos os europeus, a Ucrânia e o seu futuro são importantes, porque [a invasão russa] desafia princípios fundamentais. Não podemos deixar a Ucrânia sozinha”, sublinhou.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 após a desagregação da antiga União Soviética e que tem vindo desde então a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
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