“Se eu fosse esmagado pelo sentimento de responsabilidade, já estava esmagado há muito tempo”, atirou o coordenador da ‘task force’ aos jornalistas, reforçando que a evolução em relação à anterior gestão da pandemia pela matriz de risco “traz a responsabilidade natural do processo” e que a sua equipa permanece concentrada no trabalho.
Em declarações à margem de uma iniciativa de sensibilização para a vacinação com o Conselho Nacional da Juventude (CNJ), no Parque das Nações, em Lisboa, Gouveia e Melo expressou ainda a sua satisfação pela forma como está a decorrer o processo de vacinação em Portugal.
“Todos os dias, quando acordo, pergunto-me a mim mesmo se estou a fazer o melhor e o que é que eu posso fazer para melhorar o que fiz ontem. E mais não consigo fazer. Todos os dias a minha equipa faz o mesmo, estamos totalmente empenhados neste processo e estou convencido pelos resultados que temos conseguido fazer alguma coisa de positivo. Vamos continuar assim até ao último dia”, acrescentou.
Nesse sentido, o líder da logística de administração das vacinas reclamou a ideia de “um processo com muito sucesso” face aos indicadores internacionais e defendeu que tudo foi feito para dispor do máximo de vacinas possível no mais curto espaço de tempo.
“Muitas vezes tivemos de recorrer a parceiros estrangeiros para pedir vacinas em antecipação porque naquele momento precisávamos de usar essas vacinas, mesmo que elas depois sobrassem. Entre antecipar a vacinação e ficar com mais reservas, preferimos antecipar a vacinação para não esperar e não permitir que mais portugueses pudessem sofrer ou morrer porque não antecipámos essas vacinas. O que fizemos foi, sem olhar a custos, o máximo que podíamos para acelerar o processo de vacinação”, enfatizou.
Reconhecendo que o país não tem neste momento “reserva estratégica” para acelerar mais o processo, Gouveia e Melo enalteceu os “esforços” conjuntos com o Ministério da Saúde e o Infarmed para encontrar mais vacinas disponíveis junto dos parceiros europeus além daquelas que já estavam negociadas.
Depois de ter afirmado no início do mandato à frente da ‘task force’ que estaria disponível para ficar para o fim da vacinação, o vice-almirante confirmou que já foi vacinado, justificando a situação com a pressão da equipa e para não arriscar passar uma mensagem negativa e esclarecendo que foi inoculado com as duas doses da vacina da Pfizer.
“Fui vacinado depois de passar a minha idade. Enquanto militar, tinha acesso à vacina logo no início e recusei. Depois, entrou a minha faixa etária e eu recusei a minha faixa etária. Já tinham aberto duas faixas etárias abaixo quando fui vacinado e fui vacinado por uma pressão muito grande do ‘staff’ e das pessoas à minha volta, que diziam ‘o senhor, com esta política de não querer ser vacinado, ainda acaba por dar um exemplo negativo’. E eu acabei por ceder”.
Comentários