Numa nota enviada à comunicação social, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras indica que, "ao contrário do que vem sendo referido, a Inspetora Coordenadora Superior Cristina Gatões não foi contratada ou nomeada para qualquer cargo" e não se encontra "a assessorar a Direção Nacional no quadro da reestruturação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras".

O esclarecimento feito pelo SEF surge depois do Diário de Notícias ter adiantado hoje que o atual Diretor Nacional do serviço, o o ex-comandante-geral da GNR tenente-general Botelho Miguel, tinha nomeado Cristina Gatões, que se demitiu desse mesmo cargo a 9 de dezembro, para integrar um grupo de trabalho que “vai analisar soluções que assegurem maior eficácia e eficiência no âmbito da permanência em Portugal dos titulares de residência para atividade de investimento”.

O mesmo jornal refere-se a um documento a que teve acesso onde Gatões é apresentada como "assessoria da Direção Nacional", cargo que o SEF agora desmente.

No mesmo comunicado, o SEF confirma que Gatões "é quadro do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, tendo exercido funções como Diretora Nacional até ao dia 9 de dezembro de 2020" e que "por decisão do Diretor Nacional do SEF", a inspetora "integra um grupo de trabalho interno que analisa e vai propor medidas no âmbito do regime de autorização de residência para atividade de investimento", mas que este é coordenado "pela Técnica Superior do SEF Carla Costa".

A antiga responsável máxima do SEF demitira-se em dezembro na sequência da polémica com o homicídio do ucraniano Ihor Homeniuk no aeroporto de Lisboa em março de 2020

A notícia da nomeação de Cristina Gatões já levou à reação de vários partidos políticos. O Chega questionou hoje o ministro da Administração Interna sobre a nomeação ao passo que o Bloco de Esquerda foi mais longe, avançando com um requerimento para uma audição de Eduardo Cabrita na Assembleia da República. A Iniciativa Liberal também condenou o ato, falando de um "clima de impunidade".