Carlos Barbosa comentava assim à Lusa a notícia de hoje do Diário de Notícias, que cita o vereador da mobilidade e da segurança, Miguel Gaspar, que dá conta de que os autocarros da Carris que circulem atrasados em relação ao horário no eixo central de Lisboa vão passar a ter prioridade nos semáforos.

De acordo com o jornal, a partir do próximo mês, “quando um autocarro estiver atrasado ao circular entre Entrecampos e o Marquês de Pombal, os semáforos vão reconhecê-lo quando se aproximar e passarão a verde, garantindo que não perde velocidade e possibilitando a recuperação de algum tempo perdido”.

“Da maneira como os corredores BUS estão feitos, obviamente que com o estrangulamento que houve no eixo central de Lisboa só vai dificultar ainda mais o trânsito. Portanto, o troço que querem fazer mais rápido é relativamente pequeno, por isso, não vai resolver rigorosamente em nada o problema da Carris: que é não cumprir horários”, destacou.

No entender do presidente do ACP, o problema da Carris não cumprir horários já vem de antes de chegar ao eixo central.

“O problema não é o eixo central. É todo o percurso da Carris onde não cumprem horários. O eixo central é um mal menor, porque é uma parte muito pequenina disso. Isto parece-me mais uma tentativa de poder resolver o assunto, mas que me parece difícil porque o problema não é no eixo central são todos os percursos da Carris desde que começa até que acaba”, salientou.

Segundo o Diário de Notícias, esta é uma das medidas que a Câmara Municipal de Lisboa está a implementar para que a Carris consiga oferecer uma maior regularidade e pontualidade de forma a tentar evitar que as pessoas que entram em Lisboa diariamente utilizem o automóvel.

“Acho que a câmara ainda não viu o estudo que o ACP apresentou na semana passada, porque se tivesse visto o estudo, via que as pessoas querem andar de carro, porque não estão de acordo com a flexibilidade dos transportes públicos. Percebo que a câmara queira menos carros, mas para isso é preciso que faça mais parques de estacionamento. O problema de Lisboa é a falta de espaço. Temos imensos sítios em Lisboa para o fazer e até à entrada da cidade”, disse.

Na terça-feira, o ACP apresentou um estudo no qual se concluiu que apenas 10 por cento dos condutores portugueses usa transportes públicos nas deslocações casa-trabalho-casa, enquanto aumenta o número das famílias com quatro ou mais automóveis, que atinge já 11% do total.

“Apesar de tudo, ao fim de oito anos e com este novo vereador [responsável pela áreas da mobilidade e segurança, Miguel Gaspar] tenho esperança de que as coisas se modifiquem”, disse.

De acordo com o Diário de Notícias, já está em prática desde novembro a existência de uma maior ligação entre a empresa de transporte, a Polícia Municipal e a câmara no acompanhamento do tráfego e na resposta a situações em que há carros estacionados em corredores BUS ou a impedir a circulação de autocarros ou elétricos.

A autarquia está, segundo o jornal, a estudar a colocação de mais corredores BUS na cidade, como por exemplo entre Alcântara e as Avenidas Novas.