As provas foram mostradas durante um interrogatório, que teve início no sábado, na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, segundo notícia a agência espanhola Efe.
A mesma fonte refere que Sergio Moro disponibilizou às autoridades o seu telemóvel para que fosse realizada uma perícia informática.
Este interrogatório tinha sido determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com o intuito de apurar as acusações que Sergio Moro lançou contra Jair Bolsonaro quando se demitiu da tutela da Justiça.
Na semana passada, Sergio Moro pediu a demissão do cargo que ocupava desde janeiro do ano passado, acusando o presidente brasileiro de estar a fazer "interferência política na Polícia Federal", na sequência da demissão do ex-chefe daquela instituição Maurício Leite Valeixo.
Segundo Sergio Moro, Jair Bolsonaro queria interferir na Polícia Federal porque estava preocupado com investigações em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) que poderiam envolver os seus filhos ou aliados políticos.
Horas depois da demissão do ex-juiz, Bolsonaro negou as acusações, mas acabou por admitir que, em pelo menos três ocasiões, procurou obter mais informações acerca de investigações em curso: sobre o atentado que sofreu em 2018, sobre o caso que envolvia a presença dos acusados de matar a vereadora Marielle no seu condomínio e sobre uma eventual relação do seu quarto filho com a filha de um dos acusados do assassinato da vereadora.
No sábado, Jair Bolsonaro apelidou Moro de "Judas" e insinuou que o ex-ministro impediu a Polícia Federal de investigar a facada que sofreu durante a campanha de 2018 e cujo autor de encontra detido desde então.
No contexto das acusações de Moro, o Ministério Público recebeu a autorização do Supremo Tribunal para abrir uma investigação contra o presidente Bolsonaro, que pode ter incorrido em delitos de caráter penal, como coação, prevaricação ou obstrução da justiça.
No entanto, Moro também está entre os investigados, porque, se as suas acusações não forem comprovadas, poderá ser acusado por denúncia caluniosa, que o ex-juiz interpretou como uma forma de "intimidá-lo".
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