“Apesar da carência de horas de cuidados de enfermagem existentes no CHBV, os enfermeiros que se encontram a exercer funções em regime de contrato a termo incerto estão a ser notificados no sentido de cessarem as suas funções”, refere um comunicado do SEP.

Como exemplo, o sindicato refere que no serviço de urgência do Hospital de Aveiro, apesar do volume de horas prestadas além das 35 horas semanais, “do exagerado número de horas acumuladas em débito aos enfermeiros e das folgas e feridos por gozar”, a administração “prepara-se para reduzir ainda mais a equipa através de despedimento de uma enfermeira”.

Em declarações à agência Lusa, o enfermeiro Carlos Neves, do SEP, esclarece que se trata de uma enfermeira que está com contrato de substituição que acaba na quinta-feira e o conselho de administração não tem autorização para renovar o contrato.

“Temos conhecimento que há outra colega cujo contrato chega ao fim no final do mês e o conselho de administração está à espera de autorização para renovar os contratos de substituição para poder manter as colegas a trabalhar, porque estão a fazer falta”, disse Carlos Neves.

Além deste caso, o sindicalista diz que há 12 pedidos de contratos de substituição, para substituir colegas que se ausentaram do serviço por tempo limitado, que ainda não têm resposta por parte da tutela, adiantando que este processo “devia ser uma coisa automática”.

“Neste momento estamos a precisar de pelo menos mais 30 enfermeiros no Hospital de Aveiro para fazer face ao número de horas extraordinárias que estão a ser feitas pelos colegas”, disse Carlos Neves.

O SEP considera "totalmente intolerável" este “despedimento" e outros que pela mesma razão venham a ocorrer no CHBV, adiantando que esta situação “colocará ainda mais em causa a qualidade, segurança e tempo útil dos cuidados de enfermagem prestados aos utentes, degradando, ainda mais, o acesso destes a cuidados de saúde”.

A Lusa tentou obter uma reação da administração do CHBV, mas tal ainda não foi possível.