Em declarações à agência Lusa, Catarina Fachadas, dirigente do CESP, explicou que 70 – dos 79 – trabalhadores alvo de um despedimento coletivo, em agosto, mostraram interesse em ingressar na SCML.

“Trata-se de 70 trabalhadores em que não estavam a ser cumpridas, por parte da Misericórdia, garantias de futuro, de contratos efetivos dos trabalhadores”, realçou, ressalvando que os funcionários “estavam a ser chamados à peça, para colmatar falhas de trabalhadores que estariam de baixa ou em isolamento por terem contraído covid-19”.

De acordo com a sindicalista, as pessoas estavam a ser contratadas a termo incerto, ficando a trabalhar na instituição no máximo durante 15 dias.

Em agosto, os 79 trabalhadores do lar Mansão de Santa Maria de Marvila alvo de um despedimento coletivo souberam que iam poder ingressar na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, se assim o pretendessem.

A informação foi dada à Lusa pelo coordenador da direção regional de Lisboa do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), Orlando Gonçalves.

Segundo o CESP, vários trabalhadores do lar denunciaram o incumprimento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa dos compromissos acordados numa reunião em 25 de agosto.

“Tentámos contactar a Dra. Ana Mendes Godinho [ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social] que nada nos adiantou, não nos deu resposta, chutou um bocadinho para a frente, como se costuma dizer”, observou, adiantando que, após conversar com o provedor da SCML, foi garantido que os trabalhadores seriam contratados até ao final de outubro.

De acordo com Catarina Fachadas, o provedor Edmundo Martinho reiterou que os cerca de 70 funcionários serão contratados pela SCML.

“Reafirma tudo o que nos disse na reunião [em agosto], que os postos de trabalho estão assegurados para todos os trabalhadores que demonstraram interesse, aquando das entrevistas com a Misericórdia, e que, até ao final deste mês, todos estariam ingressados em condições não precárias”, frisou.

Em 11 de agosto, o Estado foi responsabilizado pela Fundação D. Pedro IV pelo despedimento coletivo de 79 trabalhadores do lar Mansão de Santa Maria de Marvila, que acusava o Instituto de Segurança Social (ISS) de não cumprir obrigações financeiras contratualizadas.