“Vamos reunir-nos todos na rua a 10 de dezembro para uma nova jornada interprofissional”, disse hoje Catherine Perrete, secretária da confederação sindical CGT, após uma reunião que se realizou sobre a continuidade dos protestos – nos próximos dias - contra as medidas propostas por Emmanuel Macron.
Na quinta-feira, as manifestações em França mobilizaram cerca de 800 mil pessoas, obrigando ao encerramento total ou parcial de transportes, de serviços públicos como escolas e hospitais, e refinarias, entre outros.
Hoje, o segundo dia de paralisação continua a afetar os transportes, estando grande parte das ligações ferroviárias paradas, incluindo o metropolitano de Paris.
A paragem das ligações por caminho de ferro estão a provocar problemas na circulação automóvel em várias cidades francesas.
O Palácio de Versalhes continua fechado pelo segundo dia consecutivo devido à greve, assim como o Museu do Louvre, Paris, onde os visitantes e turistas estão a ser alertados sobre o protesto que obriga ao encerramento das galerias.
A Torre Eiffel reabriu hoje de manhã, após ter sido encerrada na quinta-feira, devido à greve dos funcionários, mas vários pontos visitados por turistas continuam fechados.
No primeiro dia de greve ocorreram alguns confrontos entre a polícia e manifestantes, sobretudo em Paris e Nantes.
Macron está determinado em fazer aprovar as medidas relacionadas com pensões de reforma, considerando que as novas políticas são essenciais para transformar a economia francesa.
A oposição receia a perda de direitos e alerta para a degradação das condições de vida em virtude das novas mediadas a aplicar sobre os pensionistas.
As negociações entre o governo de Macron, os sindicatos e outros agentes sociais prolongam-se há vários meses, mas, em concreto, os detalhes sobre o plano só devem ser conhecidos durante a próxima semana.
O governo diz que não vai alterar a idade de reforma (62 anos) mas os sindicatos receiam que o prazo vai ser dilatado, assim como vai afetar os 42 sistemas atualmente existentes, dando a todos os trabalhadores os mesmos direitos.
As mudanças podem significar a perda de diretos adquiridos sobretudo para os trabalhadores do setor dos transportes, nomeadamente dos ferroviários.
De acordo com dados estatísticos, sete em cada dez franceses trabalham no setor privado, mas a maior parte dos grevistas integram os serviços públicos do Estado francês.
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