No dia em que se reúnem novamente com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, o SIM propôs um acordo intercalar, com 15% de aumento salarial para todos os médicos em 2024, valor intermédio entre o proposto pelo Governo e o reivindicado.

À entrada do Ministério da Saúde, em Lisboa, a presidente da Fnam, com quem o SIM tinha entregue anteriormente uma contraproposta conjunta, reagiu afirmando que a Federação não abdica do pacote de medidas que prevê, além do aumento salarial de 30%, a reposição das 35 horas de trabalho semanal, das 12 horas em serviço de urgência e reposição dos dias de férias.

"O que estamos dispostos a negociar é a questão de termos um faseamento ao longo de 2024, porque percebemos que todo o pacote não seria possível aplicar já em janeiro”, disse Joana Bordalo e Sá.

Essa tem sido, aliás, a posição das duas organizações sindicais ao longo dos últimos meses. “Tendo em conta toda a responsabilidade que os médicos têm e o nosso grau de diferenciação, é apenas uma reposição daquilo que perdemos. Não estamos a pedir nada de mais”, insistiu a dirigente sindical.

Pelo SIM, Jorge Roque da Cunha explicou que, perante o atual cenário político, a proposta enviada hoje ao ministro da Saúde representa um esforço de aproximação para que, pelo menos, seja possível algum acordo até à entrada em funções de um novo governo.

"Da nossa parte, há esta vontade em chegar a acordo. Se nada for feito até o próximo governo estar em condições de negociar com os médicos, será muito pior”, sublinhou Jorge Roque da Cunha, considerando que “é melhor 15% do que 0%”.

Antecipando que esta possa ser a última reunião negocial com o atual Governo demissionário, o presidente do SIM afirmou que o objetivo continua a ser o aumento de 30% e que a proposta agora apresentada visa um “aumento intercalar”. “O resto iremos tratar com o próximo governo”, acrescentou.

Joana Bordalo e Sá, da Fnam, disse manter as baixas expectativas, mas reafirmou a disponibilidade para um acordo que seja bom para os médicos e para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Estamos a fazer o nosso trabalho com a responsabilidade máxima e esperemos encontrar o mesmo – competência e responsabilidade – do outro lado. Porque isto não é só uma coisa para os médicos. É para o SNS”, sublinhou.

Considerando a hipótese de não alcançarem um consenso hoje, a Fnam não afasta a realização de novas greves, tema que será discutido no sábado pelo Conselho Nacional.

O presidente do SIM, por outro lado, disse que não estão a ser consideradas novas paralisações, agora ou durante o período eleitoral.