Os hospitais privados contabilizaram em 2022 um crescimento de 6,9% no total de cirurgias, mas registaram uma diminuição de 22,2% no número de cirurgias contratadas pelo SNS comparativamente a 2021, no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de listas de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), segundo Óscar Gaspar.

No total, foram realizadas 11.562 cirurgias no contexto do SIGIC.

Relativamente a esta diminuição de utentes provenientes do serviço público, Óscar Gaspar confirmou que “os doentes não estão a chegar aos hospitais privados, mas isso é uma questão que tem que se colocar ao SNS”.

Na conferência de imprensa, em Lisboa, na qual fez um balanço da atividade dos hospitais privados em 2022, o presidente da APHP adiantou que os 129 hospitais privados em Portugal foram responsáveis por 8.037.175 consultas, 1.347.112 episódios de urgência e 235.368 grandes e médias cirurgias.

Sobre meios complementares de diagnóstico, Óscar Gaspar salientou que foram realizadas 1.563.348 ecografias, mais 4% do que em 2021.

Foram realizados 1.468.439 Raio-X, 595.529 tomografias computorizadas (TAC) e 400.338 ressonâncias magnéticas, um crescimento de 10% a 11% face ao mesmo período do ano anterior.

O presidente da APHP explicou ainda que os privados tiveram em tratamento 14.379 doentes oncológicos.

“Este número para nós é bastante significativo. (…) O cancro é uma preocupação de todos e tem aumentado bastante no nosso país. Os hospitais privados têm avançado de diferenciação. A cada ano que passa estamos a fazer mais e atos mais diferenciados”, observou.

Segundo Óscar Gaspar, os privados têm 18.887 médicos, 9.024 enfermeiros, 5.020 auxiliares de ação médica, 3.683 técnicos e 6.619 administrativos.

“Houve um forte crescimento da atividade em 2022. Batemos o recorde em todas as áreas de acuidade. Nunca os hospitais privados tiveram tanta atividade e serviram tantos portugueses”, disse, referindo que os privados “não estão a fazer concorrência ao SNS, mas a contribuir para um aumento da oferta de cuidados”.

No balanço foi ainda adiantado que foram realizados 13.197 partos, o maior número registado após a pandemia.

Fazendo referência ao investimento em 2022, Óscar Gaspar afirmou que os privados investiram 142.414.705 euros em todo o país.

“É um investimento muito abrangente. Em novos hospitais, novas clínicas, mas também em meios tecnológicos mais evoluídos. À data de 31 de dezembro de 2022, nós tínhamos 448 equipamentos de eco, 183 equipamentos de Raio-X, 86 equipamentos de TAC, 90 equipamentos de ressonância magnética”, salientou, acrescentando que “representa um terço da capacidade instalada em Portugal”.

Todavia, Óscar Gaspar esclareceu que se trata de “valores absolutos”, mas que, em termos relativos, “houve um crescimento muito significativo da atividade em 2022”.

“Em termos de atos médicos temos mais de cerca de 8% de consultas externas, temos mais de cerca de 7% de cirurgias e temos este aumento enorme de 37% em termos das urgências. (…) Houve um plano de recuperação da atividade pós-covid”, sublinhou.