Mário Soares foi, “provavelmente, a maior figura da democracia portuguesa. Homem de cultura e visão”, disse à agência Lusa o músico, que foi o autor de um dos hinos da campanha presidencial de Mário Soares em 1986, o “Rock da Liberdade”.

“Recordo bem os idos do PREC [Período Revolucionário em Curso] em que foi o catalisador. Devemos-lhe a democracia depois de 25 de novembro [de 1975]”, acrescentou.

Rui Veloso disse que Mário Soares era “amigo de longa data” dos seus pais, que estiveram também ligados à oposição à ditadura, o regime político anterior ao 25 de Abril de 1974.

“Estive com ele muitas vezes e sempre teve a amabilidade de perguntar pelos meus pais”.

“Conheci-o em 1969, por altura dos 80 anos do meu tio-avô Amadeu Gaudêncio, na Nazaré, sempre, como aliás os meus pais, ligado à oposição e grande amigo de João Soares [pai de Mário Soares], que também conheci fugazmente”, afirmou o músico.

“A minha mãe deve estar muito triste, assim como muitos portugueses que se lembram deste homem que fez da sua vida a luta pela liberdade”.

Rui Veloso recordou o seu espetáculo no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, em 1987, em que o então Presidente da República Mário Soares o cumprimentou, perante uma sala esgotada.

“Lembro quando fiz o Coliseu em Lisboa [em 1987] e me empurraram, literalmente, no final para a tribuna presidencial e do abraço que me deu, em frente a um Coliseu em delírio...”, contou o músico à agência Lusa.

Mário Soares morreu hoje, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.

O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.

Soares desempenhou os mais elevados cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria história da democracia portuguesa: combateu a ditadura, foi fundador do PS e Presidente da República.

Nascido a 7 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares foi fundador e primeiro líder do PS, e ministro dos Negócios Estrangeiros, após a revolução do 25 de Abril de 1974.

Primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, foi Soares a pedir a adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e a assinar o respetivo tratado, em 1985. Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.

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