Be free with your tempo,

Surrender your ego.

Be free, be free to yourself

Quando vejo um pássaro a voar, lembro-me da canção “Innuendo”, dos “Queen. Ser livre por nós próprios e não nos rendermos ao Ego e só me apetece cantar a alto e bom som: “Be free to yourself”.

Porquê esta canção?

Em tempos de isolamento, por vezes, desejo ser aquele pássaro a voar pois sinto no meu coração o que oiço na cabeça: ser livre e libertar-me do meu Ego.

Este isolamento, pode-nos tirar alguma liberdade, sim!

A de sairmos, de estar com os que mais amamos, de trabalhar como e com quem trabalhávamos, mas não nos tira a liberdade de ser quem somos, de pensamento, de sermos livres dentro de nós mesmos.

O Ego, por vezes, trava-nos de avançar, e o medo vem ao de cima. Mas vejamos…

Há muito mais tempo para reflectir. Mais do que antes. E de apreciar o que está à nossa volta.

Há liberdade de nos redescobrir e colocarmos em prática coisas que há muito queríamos fazer. Hoje, com as novas tecnologias, ainda é mais simples.

Ser livre. O que é ser livre?

É expressarmo-nos sem restrições? É circular sem ter medo de um inimigo invisível ou visível (mesmo que não o vejamos, é quase impossível não o vermos na comunicação social, tal é o impacto desta situação nas nossas vidas)? É amar e demonstrar esse amor, mesmo à distância? É ser realmente quem somos e fazer ou redescobrir o que amamos? É sermos livres dentro de uma prisão?

Sim! Tudo isto e muito mais. Simplesmente, o que para cada um de nós significa ser livre.

A vida também nos dá as suas limitações.

Contudo, não é por termos essas limitações que deixamos de ser livres.

No nosso imaginário, podemos ser livres…

A liberdade de pensamento e de imaginar. E, acima de tudo, agir, criando coisas absolutamente fantásticas, dando a volta à solidão.

Quantos negócios não se estão a reinventar, quantas pessoas não estão a descobrir que podem chegar aos outros mesmo à distância, a cultura que se reinventa e que entra pelas nossas casas adentro, com museus que podemos “visitar” no conforto do nosso lar ou orquestras que podemos ouvir e que têm uma harmonia tão semelhante que nos toca tão ou mais forte ter acesso a terapias que antes só faziam sentido presencialmente mas que podem tocar-nos na mesma, via online.

Pensemos nas acções maravilhosas que acontecem no dia-a-dia para com o outro, movimentos solidários, ideias que passam a ação e nos aproximam.

Em isolamento, penso em ser livre para fazer algo que não posso agora? Sim!

Sou livre de pensar e de agir, dentro das minhas limitações.

Relembremos Mandela, que da prisão sonhou e construiu a liberdade do seu povo.

Por vezes, estar privado de algo, liberta-nos! Dando-nos força interior para continuar, mesmo que de fracasso em fracasso, e redescobrimo-nos.

Tento essa coragem e, enquanto, puder ter liberdade para isso e poder agir, então posso dizer que sou livre.


Texto por Marisa SousaHoje, dia 25 de abril, publicamos uma seleção dos textos que resultaram da iniciativa lançada pelo SAPO24 e O Primeiro Capítuloassinados por novos nomes de quem tem na escrita uma forma de expressão.