“Completaram-se as conversações, trocas de opiniões e consultas do Emirado Islâmico (como os talibãs designam o país) sobre a formação de um novo Governo”, disse o porta-voz do movimento islamista radical, Bilal Karimi, citado pela agência Efe.
“Está preparado o terreno para a formação do novo Governo, que será anunciado muito em breve, em alguns dias”, acrescentou.
O porta-voz adiantou que, por enquanto, a informação sobre as nomeações, em particular sobre a lista de ministros que vão fazer parte do novo executivo afegão, não está completa.
“Temos de esperar pelo anúncio”, insistiu, observando que ainda não é claro quem será o líder desde novo Governo.
Existem rumores de que o ‘mullah’ Abdul Ghani Baradar, cofundador dos talibãs e chefe do seu gabinete político no Qatar, poderá ser o próximo Presidente do Afeganistão e de que o atual líder dos talibãs, o ‘mullah’ Hibatullah Akhundzada, estará acima dessa figura, como uma espécie de líder espiritual supremo do país.
“O ‘mullah’ Hibatullah Akhundzada é atualmente o líder do Emirado Islâmico, mas será prematuro dizer quem dirigirá o novo Governo”, disse o porta-voz, embora tenha querido deixar claro que o novo executivo será liderado pelos talibãs.
Os esforços para a formação de um novo Governo para o país aceleraram após a partida, a 31 de agosto, do último avião com soldados norte-americanos, e agora os afegãos têm “total independência” para anunciar o seu novo Governo, declarou.
Após quase duas décadas de presença de forças militares norte-americanas e da NATO, os talibãs tomaram o poder em Cabul a 15 de agosto, culminando uma rápida ofensiva que os levou a controlar as capitais de 33 das 34 províncias afegãs em apenas dez dias.
Desde então, os combatentes islamistas radicais asseguraram em várias ocasiões a intenção de formar um Governo islâmico “inclusivo”, que represente todas as tribos e etnias do Afeganistão.
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