A reunião, que decorreu em Doha, no Qatar, foi o primeiro encontro presencial que talibãs e representantes dos Estados Unidos realizaram desde a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, no final de agosto.
“Nesta reunião falamos sobre a assistência humanitária e insistimos que o acordo de Doha (firmado em 2020) deve ser aplicado integralmente. A integridade e o espaço aéreo afegão devem continuar a ser respeitados e não deverá haver interferências nos assuntos internos”, indicou, em comunicado, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo interino talibã, Amir Muttagi.
O governante talibã referiu também que no encontro foi pedido ajuda aos Estados Unidos para que sejam desbloqueados fundos internacionais, suspendidos por muitos países e instituições depois da queda do anterior Governo afegão.
“Estamos a manter reuniões exaustivas com os norte-americanos e nos próximos dias iremos reunir com representantes europeus para tratar da situação atual do Afeganistão com a comunidade internacional”, adiantou, sublinhando que os talibãs pretendem manter boas relações com a comunidade internacional.
A reunião entre talibãs e norte-americanos vai prosseguir no domingo.
Por seu turno, na sexta-feira o Governo dos Estados Unidos afirmou que a sua prioridade é a saída, de forma segura, dos cidadãos norte-americanos e estrangeiros do Afeganistão e que esperam que os talibãs cumpram o seu compromisso de não permitir terroristas em solo afegão, que comprometam a segurança global.
O Governo norte-americano também se comprometeu a pressionar os fundamentalistas para que respeitem os direitos das mulheres e das meninas.
Os talibãs e os Estados Unidos tinham assinado um acordo em fevereiro de 2020 (acordo de Doha), que antecedeu a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão.
Na sequência dessa retirada, os talibãs viriam a lançar uma ofensiva e a conquistar em 15 de agosto Cabul, capital do país.
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