A explicação foi dada pelo ex-comandante do Regimento de Engenharia n.º 1 (RE1) durante uma audição de quase quatro horas na comissão parlamentar ao furto de Tancos, em que admitiu que não foram feitas rondas pelos seus homens na noite do assalto, em 27 de junho de 2017.
O militar foi confrontado pelos deputados Ricardo Bexiga (PS) e Jorge Machado (PCP) sobre o facto de não ter pedido a demissão, apesar de o caso do furto do material militar ter levado à queda do Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), Rovisco Duarte, e do ministro da Defesa Azeredo Lopes.
“Não é assim que funciona a instituição militar. No dia em que o Exército perceber que eu não sou útil, eu saio”, afirmou, na resposta a Ricardo Bexiga, para mais à frente, a Jorge Machado, elaborar de forma diferente.
Não pediu a demissão, justificou, porque está “sempre à disposição [do CEME] para ser nomeado ou exonerado” e porque o CEME “sabia disso”.
“Os militares sabem disso. Estou à disposição sempre para aquilo que [o CEME] entender”, insistiu, em resposta ao deputado comunista que criticou, como o PS e o PSD, através de Berta Cabral, que, face à gravidade do caso, terem sido apenas punidos “dois subalternos”, um sargento e um soldado, e com “sanções leves”.
O furto do material militar, entre granadas, explosivos e munições, dos paióis de Tancos, foi noticiado em 29 de junho de 2017.
O caso do furto de armas em Tancos ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos, numa operação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, sete militares da Polícia Judiciária Militar (PJM) e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do roubo.
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