"O que me preocupa, enquanto líder do CDS, é que o trabalho de escrutínio político de tudo o que se passou em Tancos é feito através de um instrumento que nós temos que é uma comissão parlamentar de inquérito, que foi iniciativa do CDS. Este é o espaço onde nós trabalhamos, é aqui que nós temos de estar focados e empenhados em descobrir tudo o que se passou e apurar todas as responsabilidades políticas", defendeu Assunção Cristas em declarações aos jornalistas.

À margem de uma visita a campos agrícolas de Montemor-o-Velho e Coimbra, na zona do Baixo Mondego, afetados pela tempestade Leslie, a presidente centrista disse não ter "razões para duvidar das declarações de ninguém", numa alusão à posição reiterada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de que não sabia do alegado encobrimento relacionado com o caso de Tancos.

"O meu trabalho, o nosso espaço de trabalho, é o Parlamento, é a comissão parlamentar de inquérito. E é aí que nós apuraremos tudo", sublinhou.

Questionada sobre se poderão vir a ser pedidos esclarecimentos ao Presidente da República, Assunção Cristas não respondeu diretamente à pergunta.

"No parlamento ouviremos certamente todos os responsáveis e para nós o responsável é o Governo", argumentou a líder centrista, frisando que o executivo liderado por António Costa é quem, em primeiro lugar, tem "responsabilidades sobre a política de segurança e sobre a condução das Forças Armadas" e que cabe ao à AR escrutiná-lo.

Cristas alegou que o CDS-PP "tem tido uma posição muito clara" sobre o caso de Tancos "desde a primeira hora e não se tem desviado dessa posição um milímetro".

"Nós entendemos, de resto completamente em linha com o aquilo que o senhor Presidente da República tem dito, que é preciso apurar tudo o que se passou em Tancos. Não andámos distraídos, não andámos esquecidos, deixámos passar o tempo que considerámos essencial para que chegasse o momento de o parlamento também poder apurar a verdade e poder apurar responsabilidades políticas", concluiu.