"Eu ouvi declarações do Presidente da República a afirmar claramente que não tem a ver com qualquer situação menos clara. É a palavra do Presidente. Não tenho nenhuma razão para suspeitar", disse Jerónimo de Sousa, à margem de uma visita à estufa de exploração de um pequeno produtor de cogumelos shiitake, no lugar de Barreiro, Ermelo, Arcos de Valdevez, Viana do Castelo.
Terça-feira, em Nova Iorque, Rebelo de Sousa reiterou nunca ter sido informado, por qualquer meio, sobre o processo de achamento das armas roubadas e sublinhou que "é bom que fique claro" que "não é criminoso".
"Foi o próprio Marcelo Rebelo de Sousa que, recentemente, afirmava que era preciso fazer as averiguações e o apuramento dos factos todos. Faça-se esse apuramento dos factos e, com certeza, encontraremos a resposta, mas, por enquanto, vale a palavra do Presidente e vale essa necessidade de apuramento dos factos", continuou o secretário-geral do PCP.
A TVI noticiou que o major da PJ Militar Vasco Brazão se referiu, numa escuta telefónica, ao Chefe do Estado, como o "papagaio-mor do reino", que, segundo ele, sabia de tudo.
Jerónimo de Sousa confidenciou que o Presidente da República, nas diversas reuniões formais com os partidos políticos, "claramente se manifestou pela necessidade do apuramento da verdade, considerando a gravidade do acontecimento".
Para o chefe do maior partido da Coligação Democrática Unitária (CDU), que junta comunistas e "Os Verdes", para já, "é precipitado fazer juízos de valor numa questão tão sensível".
Na terça-feira, em Nova Iorque, o Presidente da República reiterou nunca ter sido informado, por qualquer meio, sobre o alegado encobrimento na recuperação das armas furtadas de Tancos, e sublinhou que "é bom que fique claro" que "não é criminoso".
"Espero que seja a última vez que falo sobre a matéria, até porque se aguarda a todo o momento a acusação, no caso de ela existir, e o que haja a investigar contra quem quer que seja, sem qualquer limitação, seja investigado", afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que se trata dos "mesmos factos, os mesmos elementos", de "há três ou quatro meses, que são reapresentados".
A TVI noticiou nesse dia que o major da PJ Militar Vasco Brazão se referiu, numa escuta telefónica, ao Presidente da República, como o "papagaio-mor do reino", que, segundo ele, sabia de tudo.
Em declarações à TVI, o advogado de Vasco Brazão, Ricardo Sá Fernandes, afirmou que tal afirmação "não teve em mente atingir o Sr. Presidente da República".
"De resto, o meu representado não tem conhecimento que o sr. Presidente da República estivesse a par dos factos relativos ao achamento do material de guerra furtado em Tancos", disse Ricardo Sá Fernandes, àquela televisão.
O furto de armas de guerra nos paióis de Tancos foi divulgado em 29 de junho de 2017.
Um dos arguidos do processo é o ex-ministro da Defesa Nacional José Azeredo Lopes, que está proibido de contactar com os outros arguidos, com o seu ex-chefe de gabinete e com o antigo chefe de Estado Maior do Exército, general Rovisco Duarte.
Quase três meses após a divulgação do furto das armas, a Polícia Judiciária Militar (PJM) revelou o aparecimento do material, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, em colaboração com elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé.
O processo de recuperação do material militar levou a uma investigação judicial, por suspeitas de associação criminosa, tráfico de armas e terrorismo no furto do armamento e durante a qual foram detidos o agora ex-diretor da PJM Luís Vieira e o antigo porta-voz da PJM Vasco Brazão e três militares da GNR, num total de oito militares.
Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.
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