“Passei a exercer funções de ministro da Administração Interna no dia 21 de outubro de 2017, depois dos acontecimentos. Nunca falei desta matéria com a minha antecessora [a ex-ministra da Administração Interna Constança Urbano de Sousa]. Esta matéria nunca foi falada com a estrutura da GNR”, disse Eduardo Cabrita, durante a discussão na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2019.
O ministro respondia ao deputado do PSD Carlos Peixoto que sublinhou o facto de a GNR estar "confessadamente envolvida" no alegado "encobrimento" do caso da recuperação do material militar furtado em Tancos e perguntou a Eduardo Cabrita se "sabia ou não alguma coisa" e se "falou ou não com a antecessora".
O governante adiantou que o seu contributo “para o pleno apuramento da verdade” no âmbito das suas competências foi determinar à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) que abrisse um inquérito aos quatro militares da GNR constituídos arguidos, “para apuramento das responsabilidades disciplinares eventualmente existentes”.
Eduardo Cabrita disse ainda que esse inquérito foi aberto após ter sido tornada pública a Operação Húbris, na qual foram detidas nove pessoas, oito militares e um civil.
Entre os arguidos do inquérito que investiga o caso da recuperação das armas furtadas em Tancos em 2017 estão o ex-diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM), que está em prisão preventiva, o investigador e ex-porta voz da PJM e outros três responsáveis desta polícia.
A estes somam-se um civil e três elementos do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé.
O Ministério da Administração Interna esclareceu que um dos elementos da PJM constituído arguido pertence à Guarda Nacional Republicana.
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