"Alguém tem de estar ‘emporcalhado' porque uma coisa dessas não se passa de modo impune. Usei o termo e repito-o: Estão todos ‘emporcalhados' porque não é possível uma coisa destas passar-se à descarada e ninguém saber", disse.

José Pinto-Coelho falava na Covilhã, distrito de Castelo Branco, onde hoje levou a cabo uma ação de campanha.

Em declarações à agência Lusa, já no final da ação, apontou o dedo aos "escândalos" que se sucedem no país e em particular à situação de Tancos, que qualificou como "gravíssima" e um "grande crime".

José Pinto-Coelho comparou este caso ao do processo Casa Pia, em que "todos sabiam" o que se passavam mas ficaram caladinhos".

Questionado sobre quem são o "todos" a que se refere no processo de Tancos, explicou que estava a referir-se ao "governantes do PS" e em particular ao primeiro-ministro, António Costa, e ao ex-ministro da Administração Interna, Azeredo Lopes.

Além disso, invocou ao direito de pensar que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também "pudesse saber de alguma coisa".

"Não sei se o Marcelo Rebelo de Sousa não saberia e está caladinho. Nós não sabemos e temos o direito de levantar essas dúvidas. É uma coisa gravíssima que se passa e é impossível que eles estejam ignorantes acerca desse assunto. Estão é calados", acrescentou.

O Ministério Público acusou esta semana 23 pessoas, entre elas o ex-ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, suspeito de envolvimento numa operação encenada pela PJM para a recuperação do material furtado, mediante um acordo de impunidade aos autores do furto.

Os arguidos são acusados de crimes como terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.