“Creio que a comissão de Defesa Nacional ainda não esgotou todos os mecanismos de funcionamento normais para obter os esclarecimentos” sobre as circunstâncias do furto de material militar, divulgado a 29 de junho passado, disse Pedro Roque, questionado pela Lusa.
Por outro lado, admitiu, “por menos, por situações menos graves, já se fizeram comissões de inquérito e esta situação é muito grave para passar incólume”, remetendo para a próxima direção do PSD uma avaliação sobre esta possibilidade.
O deputado defendeu que deve ser a futura direção do partido a avaliar a eventual criação de uma comissão de inquérito ao furto de material militar de Tancos. A eleição direta do líder está marcada para 13 de janeiro e o congresso realiza-se em fevereiro.
“Quer uma eventual proposta para criar uma comissão de inquérito, quer até uma eventual viabilização de uma proposta de outro partido, caberá à futura direção do partido decidir”, defendeu Pedro Roque.
Para o coordenador dos deputados do PSD na comissão de Defesa Nacional, “há um conjunto de questões que continuam por esclarecer, seja a circunstância do desaparecimento do material como a circunstância da aparição desse material continuam por esclarecer”.
A maioria do material militar furtado foi recuperado num campo aberto na Chamusca, a 21 quilómetros de Tancos, pela Polícia Judiciária Militar em meados de outubro.
Pedro Roque lembrou que há um conjunto de documentos do Exército, classificados como confidenciais, enviados pelo Governo a pedido da comissão parlamentar e que ainda se encontram sob consulta na Assembleia da República.
No próximo dia 16, está prevista a primeira audição parlamentar do ano ao ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes.
O ex-presidente do PSD e comentador político Luís Marques Mendes defendeu no domingo, no seu programa de comentário na SIC, a realização de um inquérito parlamentar sobre o furto da base de Tancos, considerando que seis meses depois “ainda não há explicação sobre coisa nenhuma”.
“Passaram seis meses, ainda não há explicação sobre coisa nenhuma, era tempo de os partidos na Assembleia da República começarem a pensar numa comissão de inquérito parlamentar porque é uma vergonha ao fim de seis meses não se explicar o que aconteceu, porque é que aconteceu e quem é responsável”, defendeu Marques Mendes.
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