O presidente do Sindicato Nacional dos Enfermeiros e Técnicos de Saúde (SNETS), justificou a greve com a “necessidade imperiosa” de melhores condições de trabalho do pessoal técnico, administrativo e auxiliar do Hospital Dr. Agostinho Neto.

Citado pela agência de notícias cabo-verdiana (Inforpress), José Vaz afirmou que a este pessoal foi retirada a “motivação profissional, igualdade de direito e oportunidade”, tendo sido “brindados com discriminação”.

“Foi reduzido o pagamento de velas [horas extraordinárias], porque o cálculo agora é feito numa outra fórmula que ninguém entende, foi suspensa a remuneração adicional ao pessoal da cozinha e lavandaria, negociada por causa do excesso de trabalho (…), e agora não sabemos a que quadro pertencemos”, disse.

Outra razão que está na origem desta greve é a luta por “um plano de cargo, carreira e salário específico só para a classe técnica”.

“Estamos há 28 anos a praticar um horário que o presidente do conselho de administração do Hospital da Praia vem agora questionar. É um horário que tem sido praticado a nível nacional. Porque é que só o hospital da Praia quer mudar uma conquista da classe”, questionou.

José Vaz adiantou que esta paralisação vai abranger o pessoal técnico, administrativo e auxiliar, a classe que se “sente injustiçada” com as decisões do conselho de administração.

Em resposta ao anúncio desta greve, o presidente do conselho de administração do hospital, Júlio Andrade, referiu que a mesma é totalmente inusitada, despropositada e sem qualquer sentido de bom senso.

“O nosso espanto e estranheza em relação a convocação dessa greve. Os salários dos profissionais da administração pública estão fixados por lei ou por um contrato escrito. Não há como aumentar ou reduzir o salário, isso não existe na administração pública”, disse.