“Em princípio, se o piloto correr bem, estamos preparados para, a partir de 2025, começarmos a utilizar” o sistema no atendimento de chamadas, disse hoje aos jornalistas António Pombeiro, à margem da MAI Tech, uma conferência de tecnologia nas áreas da segurança e proteção civil, promovida pelo Ministério da Administração Interna (MAI) no Porto.
O responsável advertiu que, por enquanto, se está a trabalhar com um projeto-piloto e é “uma tecnologia muito recente”, havendo a “necessidade de fazer muitos testes”, admitindo que para já se caminha “muito no desconhecido”.
“Em determinadas situações temos períodos de espera motivados por congestionamento de chamadas, isto quando há incidentes ou eventos que envolvam muita publicidade, muita gente a visualizar o que está a acontecer, toda a gente tem a iniciativa de ligar para o 112”, contextualizou o António Pombeiro, dando o exemplo de incêndios urbanos.
Como os recursos estão “dimensionados para situações normais”, gerando tempos de espera para atendimentos das chamadas que “podem chegar aos cinco ou seis minutos”, a ideia é “criar um primeiro interface que atende a chamada, avalia que tipo de problema é que se está a tratar e que tipo de reporte” é necessário, mas com “uma resposta em linguagem natural”.
Segundo o secretário-geral Adjunto da Administração Interna, “o próprio chamador não vai perceber que está a falar com um sistema, com uma máquina, com um robô”, que vai “utilizar a nova tecnologia do ChatGPT”, que ainda vai passar por um período de testes com chamadas simuladas.
“O segundo interveniente tem de ser sempre um humano. O sistema nunca leva a chamada até ao final”, assegurou António Pombeiro, esclarecendo que o sistema vai funcionar “só em alturas de maior congestionamento”.
Questionado sobre se a ideia é substituir pessoas, o secretário-geral Adjunto da Administração Interna rejeitou, dizendo que passa por “reforçar os meios operacionais”, já que é sempre necessário ter um humano na retaguarda.
Quanto às chamadas falsas (para enganar ou para outros fins que não emergências), que disse rondarem os 60%, “um número bastante elevado” que não afeta o atendimento, o responsável disse que essa situação “já carece de uma aprendizagem diferente”, mas “é também um objetivo” do novo projeto.
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