No final da semana passada soube-se que o PS e a Aliança Democrática (AD) recusaram o modelo de debates proposto pelas televisões para as eleições Europeias de 9 de junho, no qual estavam previstos 28 frente a frente entre os cabeças de lista dos partidos com representação na Assembleia da República.

Entretanto, veio que a público que a RTP, SIC e TVI entregaram uma nova proposta de debates para as eleições europeias no domingo à tarde.

Porquê a recusa?

O PS e a AD justificaram a recusa do modelo com o facto de ser um número elevado de duelos, que afetaria a campanha eleitoral, e admitiram aceitar um calendário mais leve.

O que mais disseram os partidos?

  • PS

No sábado, o líder do PS manifestou disponibilidade do partido para participar em debates com todos os candidatos às europeias, considerando que a proposta dos 28 frente a frente era excessiva porque a campanha não se faz apenas nas televisões.

De acordo com Pedro Nuno Santos, o seu partido tem que “fazer campanha na rua, no território, com as pessoas” e não passar “o tempo todo em debates e em comentários de debates”.

  • AD

Já o cabeça de lista da AD às europeias, Sebastião Bugalho, afirmou que o modelo de debates para este tipo de eleições é inédito e será necessário conciliar o interesse das televisões com o calendário de pré-campanha.

“O modelo de debates avançado pelas televisões nunca tinha acontecido numa eleição europeia. É natural que as candidaturas ainda tenham que se habituar ao facto de este modelo ter sido proposto”, referiu o candidato da AD.

  • PCP

O cabeça de lista do PCP às eleições europeias, João Oliveira, acusou hoje o PS e a AD de não quererem “confrontar-se com o escrutínio” nos debates televisivos, defendendo que a recusa prejudica a mobilização do eleitorado às urnas.

  • IL

Também o líder da IL, Rui Rocha, acusou estes dois partidos de infligirem “um ataque à democracia” por estarem a “tentar impedir” a realização de debates sobre as eleições europeias com todos os partidos.

  • BE

O BE ameaçou hoje avançar com uma providência cautelar caso as televisões insistam em realizar um frente a frente apenas entre PS e AD no âmbito da campanha para as eleições europeias, considerando que seria "uma manifesta ilegalidade". Os bloquistas consideram que “um modelo de debates frente-a-frente entre as diversas candidaturas seria o mais inclusivo, democrático e esclarecedor”, lamentando que PS e AD tenham recusado os 28 debates inicialmente propostos pelas televisões.

Então como fica o calendário dos debates?

Sabe-se agora que a nova proposta de debates para as eleições europeias enviada pelas televisões aos partidos prevê três debates com todas as forças com assento parlamentar e um frente-a-frente PS e Aliança Democrática.

Assim, a nova proposta enviada pela RTP, SIC e TVI inclui debates com os oito cabeças-de-lista dos partidos com assento parlamentar em simultâneo nos dias 14, 21 e 28 de maio e um frente-a-frente entre PS e Aliança Democrática (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM) no dia 23, de acordo com fontes partidárias.

*Com Lusa