O anúncio da reativação das bolsas literárias, suspensas há 15 anos, foi feito em comunicado, pelo ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, em março último.
O modelo permite, pela primeira vez, a candidatura de autores sem trabalhos editados, podendo vir a apresentar um projeto de escrita com orientações sobre o trabalho a realizar.
Outra novidade é a possibilidade de se candidataram projetos nas áreas da banda desenhada, literatura infanto-juvenil e obras de ilustração, enquanto a portaria de 1996 admitia estas modalidades apenas a título “excecional”.
Ao concurso, podem apresentar-se “pessoas singulares, de nacionalidade portuguesa e que escrevam em português, nas modalidades de poesia, ficção narrativa, dramaturgia, banda desenhada e obras para a infância e juventude”, lê-se na folha oficial.
As bolsas anuais têm o valor 15.000 euros, cada, e as semestrais 7.500 euros, representando um investimento total de 135.000 euros.
O júri que apreciará as candidaturas é constituído pelos escritores Alice Vieira e João de Melo, a catedrática de Literatura Comparada na Universidade de Lisboa Helena Buescu, o autor e editor João Paiva Boléo, a investigadora Maria João Brilhante e o escritor e professor universitário Nuno Júdice.
O regulamento do concurso e o formulário das candidaturas encontram-se disponíveis em http://livro.dglab.gov.pt.
As bolsas literárias foram criadas em 1996, a sua atribuição foi interrompida em 2002, e agora reativada.
Até 2002, as bolsas eram atribuídas por doze meses e, a partir de agora, podem ter uma duração de apenas seis meses, adaptando-se a cada um dos projetos, o que, em vez de doze bolsas anuais, poderá traduzir-se na concessão de 24 bolsas por ano, realçou em março passado fonte do gabinete do ministro à agência Lusa.
Até à interrupção da atribuição destas bolsas, foram apoiados 72 autores, entre os quais Luísa Costa Gomes, Almeida Faria, José Luís Peixoto, Luís Cardoso, Possidónio Cachapa, Al Berto, Fernando Campos, Inês Pedrosa, Adília Lopes e Graça Lobo.
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