A Arménia e o Azerbaijão culpam-se mutuamente pelo início dos combates de terça-feira, na disputa pelo território de Nagorno-Karabakh, na fronteira entre os dois países. Há anos que este enclave no Azerbaijão ocupado pela Arménia tem sido alvo de disputa, independentemente do cessar-fogo acordado também desde o final dos anos 90. Contudo, nesta terça-feira registaram-se os piores confrontos das últimas décadas, que resultaram em quase uma centena de mortos.

Mais que o confronto, no entanto, a Arménia diz agora que as tropas do Azerbaijão estão a ocupar 10km2 do seu território. "Já o tinham feito em maio passado, quando ocuparam 40km2, agora ocuparam mais 10km2", começou por dizer Nikol Pashinyan numa sessão de Parlamento, que promete uma resposta adequada.

“Assumi a responsabilidade de tomar decisões pesadas em nome da paz. Mas decisões pesadas não significam decisões contrárias aos interesses estatais da Arménia. Devemos tomar essas decisões para garantir a segurança da Arménia, estabilidade duradoura e paz. Não podemos escrever um “tratado de paz” sob as manchetes de hoje, assiná-lo, e uma nova guerra começar seis anos depois. Queremos assinar um documento pelo qual muita gente vai criticar-nos, muita gente vai insultar-nos, muita gente vai chamar-nos de “traidores”, as pessoas podem até decidir tirar-nos do poder. Mas ficaremos satisfeitos e gratos se, como resultado, a República da Arménia, com 29.800 km2 de território, receber paz e segurança duradouras. A decisão que vai garantir isso, digo muito claramente, vou assiná-la. Não estou interessado no que vai acontecer comigo, estou interessado no que vai acontecer com a Arménia”, disse.