“Lamentamos e compreendemos que na verdade a Guiné-Bissau está a caminhar cada vez mais para uma situação de insegurança total, não obstante a vigilância que está a ser levada a cabo pela Guarda Nacional, uma parte do Exército e pelas forças estrangeiras que circulam por toda a parte do país”, afirmou Fernando Dias, presidente do PRS.

Fransual Dias foi vítima de um ataque a tiro à sua residência durante a madrugada de hoje, que culminou com a sua viatura incendiada.

“Como é que é possível um cidadão indefeso ter sido alvo de um ataque sem que as forças de ordem tenham descoberto?”, questionou líder partidário, responsabilizando o Governo por “não cumprir o seu dever de garantir a segurança a todos os cidadãos”.

Fernando Dias, que falava aos jornalistas na sua residência em Bissau, criticou também a comunidade internacional pelo “silêncio total”, apesar das denúncias feitas pelo PRS e por vários partidos políticos.

O líder do PRS apelou também a Portugal para dar “atenção à Guiné-Bissau”.

“Estamos numa situação muito complicada e não queremos que o PRS venha a ser responsabilizado pelas futuras consequências”, disse.

Fernando Dias afirmou que o partido pode não ter armas ou poder, mas tem a “legitimidade de reagir” se as suas vidas e organização “estiverem a ser postas em causa”.

“Temos várias ferramentas políticas que podemos utilizar para defender a nossa organização e os nossos militantes”, salientou, deixando um apelo à União Africana e à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental para “porem cobro a situações que estão sistematicamente a acontecer”.

“É verdade que aconteceu e vamos avisar que seja a última a acontecer, porque não vamos ficar de braços cruzados se a mesma situação voltar a acontecer. Se o Governo da Guiné-Bissau não apurar os factos nós vamos ajudar a encontrar os sujeitos autores dos atos praticados”, disse o líder do PRS.

O PRS, fundado por Kumba Ialá, foi a terceira força política mais votadas nas últimas eleições legislativas, realizadas em 2019.