A medida afeta as ETAR de Salgueiros e Ossela, que se localizam em Oliveira de Azeméis, mas servem uma comunidade de 105.000 habitantes também distribuída pelos concelhos de São João da Madeira, Santa Maria da Feira e Vale de Cambra.

"Esta reabilitação do nosso sistema de tratamento de águas residuais é extremamente importante para a sustentabilidade ambiental da região porque vai permitir modernizar estas duas ETAR e requalificar vários quilómetros de emissores que, ainda fabricados em grés, estão hoje obsoletos e vêm permitindo a infiltração de muitos caudais indevidos - o que nos leva a pagar o tratamento de águas pluviais como se fossem residuais", explica à Lusa o presidente da AMTSM, Joaquim Jorge Ferreira, que também lidera a Câmara de Azeméis.

Mediante concurso público internacional, a "operação, reabilitação e manutenção do Sistema de Tratamento de Águas Residuais da AMTSM" será assim confiada ao consórcio entre a empresa Luságuas - Serviços Ambientais S.A e a construtora Alexandre Barbosa Borges S.A, sob o compromisso de que cada metro cúbico de caudal tratado não poderá custar mais do que 0,1678 euros.

A obra tem um prazo de execução de sete anos, durante os quais o referido investimento de 9,5 milhões de euros será repartido entre duas grandes componentes: 5,5 milhões para a gestão e manutenção das duas ETAR e os restantes 4 milhões para intervenções noutras infraestruturas que lhes estão afetas.

Isso implicará, por exemplo, a inspeção vídeo a 15,2 dos 27 quilómetros de emissários da região, para diagnóstico de pontos de entrada de caudais indevidos e sua posterior reparação, e irá envolver igualmente a substituição de caudalómetros antigos, já que os atualmente disponíveis na rede "só medem o fluxo à entrada da ETAR e contabilizam tudo para pagamento igual, sejam águas residuais ou pluviais".

Feitas as contas, Joaquim Jorge Ferreira acredita que as mudanças anunciadas permitirão uma poupança significativa às autarquias abrangidas pela medida: "Se estivermos a pagar três milhões de euros por ano e 10 a 15% desse custo for relativo a infiltrações indevidas, dá para ver que estamos a gastar muito dinheiro a mais para tratar águas que não são residuais".

Quanto ao efeito deste investimento junto do consumidor final, o presidente da AMTSM admite que ele se repercutirá num agravamento da fatura mensal de água apresentada aos moradores de Azeméis, Feira, São João e Vale de Cambra, mas ainda não tem valores para adiantar.

"Isso pode acontecer já em dezembro deste ano ou em janeiro de 2019, mas nesta fase ainda estamos a tentar perceber como é que a Luságuas vai refletir isso no tarifário", afirma.