Os chefes de Estado e de governo do Japão, Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Itália e Canadá reunem-se na quinta e na sexta-feira na pequena cidade costeira de Ise-Shima, no centro do arquipélago. As tensões entre a China e os seus vizinhos asiáticos, a situação da Rússia e da Ucrânia, a saúde e o clima também estão na programação da cimeira, celebrada entre fortes medidas de segurança e durante a qual, como medida de precaução, serão suspensos os trabalhos na acidentada central de Fukushima.
O que é o G7?
O G7 foi criado nos anos 70 e transformou-se em G8 em 1997, com a entrada da Rússia, mas no final dos anos 90 perdeu força face ao G20, que inclui os grandes países emergentes. O grupo continua a ser, apesar disso, um 'clube' de grandes nações industrializadas, do qual a Rússia foi excluída após a anexação da Crimeia em 2014.
A reunião será realizada poucos dias após o encontro do G7-Financeiro. "O G7 e o G20 fixaram como meta um crescimento sólido, duradouro e equilibrado (...) A verdade é que a economia mundial é fraca, incerta e desequilibrada, e o principal tema a ser debatido será como reativar o crescimento", antecipa Matthew Goodman, conselheiro do CSIS (Center for Strategic and International Studies), referindo-se à cimeira.
Divergência dos grandes
Todos concordam que uma política monetária flexível, uma política orçamental ativa e reformas económicas e sociais são necessárias, nas surgem divergências no detalhe. Os pedidos do Japão, por exemplo, de uma ação coordenada de gastos no orçamento esbarram na Alemanha, que pede mais reformas estruturais. "Uma ação orçamental concertada não nos parece de momento necessária", disse uma fonte do governo alemão.
Os ministros da Economia do G7 tinham prometido a adoção, em Ise-Shima, pelos seus dirigentes, de um "plano de ação" contra o financiamento ao terrorismo. A delegação francesa conseguiu uma reunião sobre a "preservação do património cultural perante as grandes agressões terroristas", referindo-se à destruição de tesouros culturais em Timbuctu (Mali) e Palmira (Síria).
Por outro lado, o tema "da migração e dos refugiados" está na agenda por "iniciativa da Alemanha", segundo uma fonte alemã. "Não se trata de tomar decisões concretas, a ideia é que os países do G7 confirmem que esses temas de migração e refugiados não podem ser resolvidos por um só país", explicou a fonte.
O G7-Financeiro reconheceu que "as migrações são um fenómeno brutal, em pleno crescimento, duradouro (...) e que requer uma resposta mundial", segundo relatou o ministro italiano da Economia, Pier Carlo Padoan.
Obama em Hiroshima
Mas o que ficará para a História destes dois dias é a visita que o presidente Barack Obama fará a Hiroshima após a cimeira. A cidade foi devastada por uma bomba atómica, lançada na manhã de 6 de agosto de 1945 pelo exército americano. Obama será o primeiro presidente dos Estados Unidos a visitar o lugar. A Casa Branca, entretanto, já informou que ele não fará um pedido público de desculpas pelo lançamento da bomba atómica. "Não, porque acho que é importante reconhecer que, quando se está em guerra, os líderes tomam decisões de todo o tipo", disse Obama à rede NHK na semana passada.
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