Num hotel em Lisboa, Tiago Mayan Gonçalves apresentou, sob o lema "Unidos pelo liberalismo", um manifesto "de coragem, inovação e liberdade", cuja primeira promessa é "refundar o partido em valores e princípios liberais" e "apresentar uma liderança forte e carismática, verdadeiramente liberal".
"Se estou aqui perante vocês é porque eu estarei pronto para assumir todas as consequências do que está aqui manifestado. (…) Quando estiver no período eleitoral estarei pronto para, se necessário e tendo a equipa para o fazer, eu estarei pronto para liderar uma candidatura à liderança", respondeu, perante a insistência dos jornalistas.
O antigo candidato presidencial afirmou que "este movimento de membros da IL vai estar pronto para apresentar uma alternativa à liderança do partido" e que o fará quando chegar o momento.
Sem o objetivo de mexer nos timings das eleições internas, que “no seu tempo normal ocorrerão algures em janeiro de 2025”, Mayan Gonçalves antecipou que a convenção estatutária de julho, não eletiva, será “um momento importante” no qual este movimento se quer posicionar.
“Preocupa-nos o estado atual do partido, mas não desistimos dele. Sem deixar de respeitar os períodos eleitorais que se aproximam - regionais da Madeira e Europeias - consideramos que é necessário a mudança e propomos o caminho para essa mudança”, disse, criticando assim a liderança de Rui Rocha.
De acordo com o liberal, “o partido neste momento está incapaz de agregar valor e de o reter”, esperando que pessoas que já estiveram no partido e se afastaram possam voltar.
Questionado sobre se tinha falado com a ex-deputada e antiga candidata à liderança do partido, Carla Castro, - que saiu em rutura com a atual direção – Mayan Gonçalves disse que não tinha falado.
“A Carla foi um ativo essencial deste partido e foi uma pena perdê-lo e espero que sim, que com esta visão, que ela se sinta de novo atraída a voltar ao partido. Da minha parte será bem-vinda”, enfatizou.
Segundo o liberal, “o que motiva este manifesto e esta visão alternativa para o partido vai muito mais fundo do que pura e simplesmente os resultados eleitorais”.
“Mas os resultados eleitorais são esse sintoma mais visível de algo mais profundo e que queremos mudar no partido”, disse.
Nas últimas eleições legislativas, a IL manteve os mesmos oito deputados e teve mais cerca de 46 mil votos, mas falhou o objetivo eleitoral que tinha sido fixado por Rui Rocha.
“Une-nos um objetivo comum: oferecer uma alternativa capaz de restabelecer na estrutura e na cultura os princípios liberais que estiveram na sua génese. Queremos um partido único, unido, liberal, aberto, ambicioso e ativo focado na procura de soluções e apoiado na ação através do mérito, do conhecimento, da competência e da iniciativa pessoal”, elencou.
Este grupo de membros do partido quer “mudanças estatutárias e regulamentares necessárias para implementar mecanismos que garantam a transparência e a partilha de conhecimento, capacitar o Conselho Nacional, recuperar e reforçar a autonomia dos núcleos territoriais, envolver a sociedade civil e privilegiar o valor dos membros”.
Outros dos objetivos dos subscritores deste manifesto - que está aberto a todos os membros que o queiram subscrever - é "recuperar o partido das ideias" e para isso pretendem "envolver e trazer novos e antigos quadros ao partido, incluindo independentes de reconhecido mérito e competência, na preparação das ideias".
"Reconhecer e incluir a diferença de opinião", defendeu ainda Mayan Gonçalves, que, em termos de comunicação, quer ainda "revitalizar a mensagem e torná-la clara e eficaz".
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