“A principal necessidade passa pelo reforço do pessoal não docente, que continua a faltar para o tamanho da escola. Já tínhamos feito uma ação, mas a situação continua na mesma”, explicou João Brito, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas.

Funcionários, alunos e alguns encarregados de educação concentraram-se, entre as 08:00 e as 10:00, em frente à Escola Secundária de Mem Martins, no Alto do Forte, para reclamar a contratação de mais pessoal auxiliar.

Segundo o sindicalista, os alunos queixam-se da falta de funcionários, mas alguns também ainda “não têm professor”, nomeadamente a filosofia, enquanto para os “alunos com necessidades educativas especiais a ausência de auxiliares é preocupante”.

“O ministério diz que o rácio está completo, mas saíram dois auxiliares e não foram repostos. Estamos a falar de uma escola que foi intervencionada, que tem uma grande dimensão e o espaço é muito maior do que era, as auxiliares abrem os pavilhões e não há qualquer tipo de vigilância, porque elas não podem estar em todo o lado”, frisou João Brito.

A Escola Secundária de Mem Martins, sede de agrupamento, com 16.000 metros quadrados de área, possui mais de 1.600 alunos, 70 salas, nove laboratórios, quatro salas intermédias, biblioteca e 24 instalações sanitárias, contabiliza o sindicato.

A organização sindical referiu ainda que, das 22 trabalhadoras não docentes, quatro estão de baixa, o que nas contas do Ministério da Educação “é como se estivessem a trabalhar”.

As funcionárias existentes são insuficientes para as necessidades, levando à exigência “do reforço urgente de pessoal, dignamente contratados a tempo inteiro e não à hora como vem sendo hábito”, acrescentou.

De acordo com João Brito, o protesto levou à abertura da escola apenas às 10:00, uma vez que a maioria do pessoal não docente cumpriu a greve parcial, convocada a partir da 07:00, que apenas não contou com a adesão de duas funcionárias.

“Vamos ver se com esta luta há alguma melhoria e depois, em janeiro, convocaremos outra assembleia de trabalhadores para ver qual é o ponto de situação”, adiantou o sindicalista.

A Lusa contactou a direção da escola, mas não foi possível obter qualquer comentário acerca do protesto.