Em declarações à agência Lusa, José Lapa, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação do Norte, avançou que "o descontentamento perante o comportamento da empresa de não diálogo poderá motivar novas ações de protesto" e apontou que a Cerealis "substituiu trabalhadores em greve por trabalhadores de empresas de fora, de forma a camuflar o impacto da paralisação", o que motivou uma queixa à ACT.
Confrontada com estas críticas, a administração da empresa indicou, via email à Lusa, que "a greve decorreu com toda a normalidade e respeito", preferindo não prestar mais esclarecimentos.
Já José Lapa fez um balanço positivo de uma paralisação que durou 24 horas, tendo começado às 06:00 de quarta-feira e terminado hoje.
"Correu tudo muito bem. Os trabalhadores mostraram descontentamento perante a administração da empresa e voltarão à greve se a empresa não der sinais de abertura para negociação. Também foi solicitada a intervenção da ACT e vai-se aguardar uns dias e depois tomar a iniciativa de nova reunião para ver se a empresa quer falar, quer negociar e quer rever os salários", disse o dirigente sindical.
Sem precisar números, nem quantos trabalhadores laboram na Cerealis da Maia, distrito do Porto, José Lapa apontou para uma adesão entre os 120 e os 150 funcionários.
Na quarta-feira, quando teve início a greve, foi colocada no portão da empresa uma faixa com a inscrição "Por aumentos salariais. Contra a discriminação no aumento de salários. Contra a retirada de direitos. Trabalhadores da Cerealis (Maia) em luta!".
Alguns trabalhadores descreveram à Lusa as situações laborais nas quais se encontram, reivindicando aumentos entre outros aspetos, como "direitos iguais" aos dos colegas de outras instalações, tendo descrito que, por exemplo, na Trofa há um prémio de assiduidade que não é praticado na Maia.
A Cerealis tem unidades industriais em vários pontos do país, nomeadamente na Maia, na Trofa, em Coimbra e em Lisboa.
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