"No Arsenal do Alfeite nós tínhamos este ano condições ideais para negociar estas matérias com a administração se não fossem os congelamentos impostos pelo Orçamento do Estado", exemplificou, em declarações à Lusa, Alexandre Plácido, do Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas, Estabelecimentos Civis e Empresas de Defesa (STEFFAS).
O estaleiro naval do Alfeite, frisou, tem neste momento uma carteira de encomendas já firmada para os próximos tempos e regista este ano um encaixe de "uma avultada soma, 13 milhões de euros", que resultou da devolução de um empréstimo, através da EMPORDEF, aos estaleiros Navais de Viana do Castelo.
Segundo Alexandre Plácido, para além da atualização salarial, congelada há nove anos, e das carreiras, há 12, há questões específicas do setor, nomeadamente, a "extinção da MM - EPE [empresa pública que fornece a alimentação ao Exército], que vai afetar mais de 400 trabalhadores, dos quais 20 a 30 são precários".
“Os trabalhadores com vínculo ao Estado serão reintegrados noutros serviços, mas não sabemos para onde, nem a fazer o quê. Quanto aos trabalhadores precários não sabemos o que lhes irá acontecer no futuro" disse.
O sindicato critica ainda a "falta de informação em relação ao futuro do Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos" em relação ao seu estatuto, tutela e natureza jurídica, acrescentou.
Na sexta-feira, será constituído às 08:30 um piquete de greve do Arsenal do Alfeite, no Laranjeiro, com o secretário-geral da CGTP-IN, e às 10:00 uma delegação do sindicato irá concentrar-se junto ao Ministério da Defesa Nacional para "exigir diálogo" com a tutela.
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