Sob o lema “Valorizar o trabalho e os trabalhadores, por salários dignos, pelo trabalho com direitos”, o encontro nacional é promovido pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais e terá como um dos temas centrais “o papel das IPSS na sociedade”, disse hoje à agência Lusa a dirigente sindical Ana Avoila.

O papel das IPSS na sociedade já foi uma função da administração central e passou para o setor privado, “o que continua a não fazer sentido”, defendeu a sindicalista, considerando que “todas as coisas de pior que acontecem” nestas instituições estão relacionadas com esta situação.

“O Governo deixou de assumir uma função e passou para estas instituições, que têm o mérito de fazer um trabalho importantíssimo em temos públicos e sociais, mas há grande problemas que se colocam e que queremos ver resolvidos”, disse Ana Avoila.

A fiscalização que é feita às IPPS é um desses problemas: “Sabemos que há apenas 20 inspetores e que são milhares de instituições”, disse.

“Tudo o que se passa de menos bom ou mau dentro das instituições não é sabido, não se corrige, não se fiscaliza e as coisas vão andando”, frisou Ana Avoila.

No encontro, os trabalhadores vão também defender que os protocolos de cooperação que o Governo faz com a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) e a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) passem a ter uma rubrica específica para os trabalhadores da IPSS.

“Uma grande maioria [destes trabalhadores] ganha o salário mínimo nacional. É incompreensível, não faz sentido nenhum. Nada justifica isto”, salientou a dirigente sindical.

“Queremos melhorar o contrato coletivo de trabalho no sentido de dar mais direitos aos trabalhadores”, nomeadamente terem 35 horas de trabalho semanais, defendeu.

Após o encontro, os trabalhadores vão em desfile até ao Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, onde será entregue uma resolução dirigida ao ministro Vieira da Silva com várias reivindicações, entre as quais uma “fiscalização efetiva” a estas instituições e que “o Estado assuma as suas responsabilidades e retome” a função das instituições.