“As organizações humanitárias mostram haver um aumento da exploração de crianças, com base na utilização das câmaras dos computadores e das redes sociais”, refere um relatório hoje divulgado pelo Grupo de Especialistas para o Combate ao Tráfico de Seres Humanos do Conselho da Europa (Greta).

Os autores do estudo alertam que os criminosos estão a recorrer a jogos ‘online’ para chegar às potenciais vítimas, mas os crimes foram também potenciados pela pandemia de covid-19, que tornou as crianças “ainda mais vulneráveis à exploração ‘online'”.

A presidente do Greta, a alemã Helga Gayer, explica que o trabalho mostra que “o tráfico de crianças aumentou, apesar das medidas legislativas e práticas” adotadas pelos Estados, pelo que sublinha a necessidade de “todos os atores envolvidos na ação contra o tráfico de pessoas deverem intensificar os esforços e desenvolverem abordagens inovadoras para proteger os menores”.

O relatório contém um capítulo sobre tráfico de pessoas ‘online’, elaborado com informações dadas por 40 países e 12 organizações não-governamentais, apontando para a presença crescente da tecnologia neste tipo de crime.

Os especialistas do Conselho da Europa alertam ainda para casos de anúncios de emprego ligados a tráfico de seres humanos, já que o que os “empregadores” procuram é a exploração sexual.

Segundo os autores do relatório, o recrutamento é, muitas vezes, realizado através das redes sociais e aplicações para desenvolver relações amorosas através do telemóvel.

Por isso os especialistas referem-se a esta técnica como a do “lover boy”, na qual um traficante identifica uma potencial vítima, finge interessar-se pelos seus ‘hobbies’, interesses e situação pessoal, demonstrando empatia e conquistando a sua confiança, para dar início a uma relação romântica que, mais tarde, usa para controlar a vítima.

Às vezes, a situação inclui solicitar fotos e vídeos de nudez e usá-los para chantagear a pessoa e conseguir que se prostitua.

Entre as recomendações do estudo, destaca-se o aumento do trabalho de patrulhas cibernéticas da polícia, infiltração cibernética e análise das redes sociais.

A organização aconselha ainda a que seja feito um controlo rigoroso dos ‘sites’ de anúncios de emprego pela polícia e pelos serviços de inspeção do trabalho e apela à melhoria dos mecanismos de comunicação confidencial ‘online’.

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