“Há muitas crianças órfãs, muitas viúvas e há casas onde todos morreram, é uma situação trágica, com muitas famílias desintegradas e sem estrutura”, descreve à Lusa Adelino Biquilone, líder do povoado de Nhacathale, o local da explosão, na localidade de Caphiridzange, na província de Tete, emocionado com o som do pranto que chega do cemitério local.

Pelo menos 73 pessoas morreram, incluindo grávidas e crianças, segundo o balanço oficial, e mais de 60 permanecem feridas no Hospital Provincial de Tete, após a explosão, na quinta-feira, de um camião-cisterna quando dezenas de moradores tentavam roubar combustível da viatura, que tinha sido abandonada pelos motoristas naquele povoado.

As causas da explosão permanecem incertas, disse hoje a ministra da Administração Estatal.

"Os elementos estão aí, são soltos, e todos nós ouvimos. É importante darmos tempo à comissão apropriada, com peritos apropriados, que nos vão trazer a lume o que é que efetivamente aconteceu", disse aos jornalistas na cidade de Tete Carmelita Namashulua, que dirige uma delegação do Governo central de assistência às vítimas e familiares.

Várias versões têm sido apontadas para a explosão do camião-cisterna em Caphiridzange, no distrito Moatize, desde um raio que caiu no local quando dezenas de pessoas removiam combustível ao sobreaquecimento da viatura devido a um incêndio no dia anterior, incluindo ainda relatos de um disparo de um agente policial para dispersar a multidão.