“Felizmente não há registo de vítimas mortais, nem feridos graves até ao momento, nem [problemas em] bens patrimoniais a registar. Não houve qualquer habitação afetada. Isso é motivo de regozijo. Tivemos quatro feridos ligeiros, três bombeiros e um sapador florestal”, afirmou António Ribeiro.
O responsável falava durante uma conferência de imprensa, realizada na Junta de Freguesia do Teixoso (Covilhã), sobre o incêndio que lavra desde sábado.
“De manhã, o trabalho realizado era claramente satisfatório. Tudo apontava para que iríamos ter sucesso - sempre com as devidas reservas -, mas não foi o que se verificou. Tivemos um início de tarde com condições muito adversas, com ventos que provocaram alguns reacendimentos extremamente fortes”, salientou António Ribeiro.
O incêndio deflagrou às 03:18 de sábado, na localidade de Garrocho, freguesia de Cantar-Galo e Vila do Carvalho, no concelho da Covilhã (Castelo Branco), e alastrou para Manteigas, no distrito da Guarda.
Na conferência de imprensa, o comandante Operacional Regional do Centro salientou que, neste momento, existe "uma situação muito grave” no concelho de Manteigas.
“A situação que mais nos preocupa é a frente de fogo no concelho de Manteigas. Há duas frentes ativas, uma no concelho da Covilhã e outra no concelho de Manteigas”, sublinhou, admitindo que espera “uma noite difícil” e de muito trabalho e adiantando que vai haver um reforço de 10 grupos de operacionais, com cerca de 300 homens.
“Não vai ser fácil. Vamos ter uma noite de trabalho muito laboriosa. A noite tem sido favorável ao combate, com baixa de vento e de temperatura. Contamos, não digo dominar o incêndio esta noite, mas iremos fazer os possíveis para executar o máximo de trabalho possível na frente de fogo”, sustentou, dizendo esperar que "amanhã [quarta-feira], durante o dia, as condições meteorológicas sejam mais favoráveis”.
Já o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, salientou que o incêndio surgiu num contexto com condições meteorológicas singulares.
“No distrito de Castelo Branco ocorreram desde janeiro 225 incêndios. Vejam bem que só em julho ocorreram 99. Mais de 40% dos incêndios que ocorreram durante estes sete meses, cerca de metade ocorreram apenas e só no mês de julho”, afirmou.
Vítor Pereira realçou que estes números dizem bem das condições dos operacionais para combater as chamas no terreno, salvaguardar os bens e proteger as populações.
Sobre o incêndio propriamente dito, o autarca reconheceu que se está a perder um património (a floresta) do ponto de vista ecológico e ambiental.
Por seu turno, o presidente da Câmara de Manteigas, Flávio Massano, realçou que tem “total confiança na Proteção Civil, nos bombeiros, na GNR e em todas as entidades que estão a lutar contra o incêndio”.
“Sabemos que estamos perante condições adversas e as falhas podem ocorrer. A situação é grave”, salientou.
Às 20:50, combatiam este incêndio 818 operacionais, apoiados por 258 viaturas, de acordo com a página na Internet da Proteção Civil.
(Notícia atualizada às 20h55)
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