O julgamento teve lugar em Ibb, uma província controlada por estes rebeldes próximos do Irão, cujos ataques a navios no Mar Vermelho e no Golfo de Adén estão a perturbar o tráfego marítimo mundial.
Das 16 pessoas acusadas, três foram condenadas a penas de prisão, segundo a fonte judicial, que falou sob condição de anonimato por não estar autorizada a falar com a imprensa.
Trinta e cinco outras pessoas foram detidas recentemente em Ibb por razões semelhantes, acrescentou.
Em vídeos enviados à agência de notícias France-Presse (AFP), cuja autenticidade não pôde ser verificada de forma independente, vê-se um juiz enumerar as acusações contra os réus, incluindo homossexualidade, “agressão indecente”, “incitamento à devassidão” e “divulgação de imagens contrárias à decência pública”, antes de os condenar à morte em público.
O veredicto é suscetível de recurso.
Os Houthis, que controlam as regiões mais populosas do Iémen após quase uma década de guerra contra o governo, nem sempre aplicam a pena capital.
De acordo com um relatório publicado em 2022 pelo Observatório Euro-Mediterrânico dos Direitos Humanos, foram pronunciadas 350 sentenças de morte nas zonas rebeldes desde que os rebeldes iemenitas, apoiados pelo Irão, tomaram a capital em 2014, 11 das quais foram executadas.
“Os Houthis estão a aumentar os abusos no seu país, enquanto o mundo está ocupado a assistir aos seus ataques no mar Vermelho”, disse Niku Jafarnia, investigador da organização de defesa Human Rights Watch no Iémen.
Em dezembro, uma ativista iemenita dos direitos humanos, Fatima Saleh Al-Arwali, foi condenada à morte por espionagem na capital, Saná.
A mulher foi acusada de fornecer informações aos Emirados Árabes Unidos, membro da coligação militar liderada pela Arábia Saudita que tem vindo a apoiar as forças governamentais desde 2015.
Originários da minoria Zaidi, um ramo do Islão xiita, os Houthis impuseram regras sociais e religiosas muito rígidas nas regiões sob o seu controlo, visando sobretudo as mulheres.
JH // PDF
Lusa/Fim
Comentários