A juíza Wendy Jane Abraham do Tribunal Federal Australiano, em Sydney, disse que Rivas “é elegível” para extradição, rejeitando um recurso da defesa contra a decisão de 29 de outubro de um tribunal inferior, que concordou com a extradição para o Chile.

A decisão ainda pode ser objeto de recurso, mas apenas com base em erro na interpretação ou na aplicação da lei, disse a advogada Adriana Navarro, que representa as famílias de seis das vítimas, à agência de notícias Efe.

No entanto, “é difícil pensar que possa ter sucesso”, acrescentou.

Detida em Sydney desde fevereiro de 2019, Adriana Rivas, de 68 anos, é suspeita de ter feito parte da brigada de extermínio Lautaro da Direção de Inteligência Nacional (DINA, a polícia secreta de Pinochet), onde se teria tornado secretária de Manuel Contreras, o chefe máximo da unidade.

A chilena terá participado no “sequestro agravado” de Víctor Díaz, que foi subsecretário do Partido Comunista do Chile, em 1976, e no desaparecimento de mais seis pessoas, incluindo uma grávida.

Rivas, que nega qualquer envolvimento em tortura ou homicídios, viajou com o ex-marido para a Austrália em 1978, onde viveu, em Bondi, nos arredores de Sydney, numa habitação para famílias de baixos rendimentos, tendo trabalhado como empregada de limpeza e ‘babysitter’.

Em 2006, viajou para o Chile, onde foi presa, mas conseguiu fugir e regressar três anos depois à Austrália.