Segundo Cavusoglu, a Turquia não aceitará um acordo de paz que exija a retirada de todas as suas tropas de Chipre, reivindicação da Grécia e dos internacionalmente reconhecidos cipriotas gregos.
Quem quer que “sonhe” com a retirada de todos os soldados turcos da ilha tem “de acordar”, disse o chefe da diplomacia turca aos jornalistas hoje ao final da manhã, depois de mais uma ronda de conversações em Crans-Montana, na Suíça, onde decorrem desde dia 28 de julho negociações visando terminar com o conflito com mais de 40 anos.
Na estância dos Alpes suíços estão os líderes cipriotas grego e turco, Nikos Anastasidades e Mustafa Akinci, respetivamente, assim como representantes dos três países “garantes” da segurança da ilha: Grécia, Turquia e Reino Unido (ex-potência colonial), que mantêm o direito de intervir militarmente.
Chipre, com um milhão de habitantes, está dividida desde a invasão da parte norte da ilha pelo exército turco em 1974, numa reação a um fracassado golpe de Estado que pretendia a união do país à Grécia.
Desde então que a República de Chipre, admitida na União Europeia (UE) em 1974, apenas exerce a sua autoridade na parte sul da ilha (63% do território), onde habitam os cipriotas gregos.
Os cipriotas turcos estão concentrados na autoproclamada República Turca de Chipre do Norte (RTCN, apenas reconhecida por Ancara), e onde a Turquia mantém cerca de 35.000 soldados.
A presença militar turca da RTCN constitui o principal ponto de desacordo entre as duas delegações, e terá de ser solucionada para garantir um acordo global sobre a reunificação.
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