Numa audiência em horário nobre na noite de quinta-feira, a comissão acusou Donald Trump de “incumprimento de dever” no ataque ao Capitólio realizado pelos seus apoiantes e decidiu que o ex-líder norte-americano deveria ser responsabilizado legalmente.
O ex-presidente respondeu mais tarde ao veredicto com uma série de publicações na rede social Truth Social, que o próprio lançou como alternativa ao Twitter depois de ter sido banido desta plataforma.
Em particular, Trump questionou porque não foi mencionada a sua alegada tentativa de agarrar o volante de um carro conduzido por um agente do Serviço Secreto para chegar junto dos manifestantes no dia do motim, como relatado por um antigo funcionário da Casa Branca.
O republicano, que recorrentemente fala da ideia de voltar a concorrer à presidência em 2024, acusou a comissão de ser “corrupta e altamente partidária” e de divulgar “mentiras e deturpações” sobre o que aconteceu a 06 de janeiro.
Trump voltou ainda a referir que as eleições presidências de 2020 foram “manipuladas” e “roubadas”, apesar de todas as suas tentativas de provar a fraude eleitoral que alega terem sido anteriormente rejeitadas pelos tribunais.
“Os Estados Unidos estão à beira do desastre. Devo estar feliz?”, perguntou.
O ex-presidente norte-americano também atacou Liz Cheney, a única republicana no comité, bem como o deputado Adam Kinzinger, que caracterizou “como professor falhado”.
A audiência de quinta-feira foi dedicada ao dia 6 de janeiro e à reação de Donald Trump ao ataque.
O intuito foi mostrar, com uma cronologia ao minuto, como o ex-presidente alegadamente abandonou o seu dever para com a nação. Em vez disso, passou várias horas na sala de jantar da Casa Branca a assistir ao ataque na televisão, via Fox News, e a fazer telefonemas a senadores pedindo-lhes que adiassem a certificação dos resultados das eleições.
O painel concentrou-se em 187 minutos desse dia, entre o final do discurso de Trump a pedir aos apoiantes que marchassem até ao Capitólio às 13:10 e um vídeo que lançou às 16:17, pedido aos desordeiros que fossem para casa, apesar de serem “muito especiais”.
A comissão criticou o republicano por ter acompanhado o surto de violência levado a cabo pelos seus apoiantes durante três horas sem reagir, violando “o seu dever como comandante-chefe”.
Os manifestantes pretendiam bloquear a certificação da vitória eleitoral do rival democrata de Trump, Joe Biden, depois das presidenciais de 2020.
Na altura, o ataque resultou na morte de cinco pessoas.
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