Na quinta-feira, a justiça norte-americana anunciou novas acusações contra Donald Trump, no processo relativo à retenção ilegal de documentos classificados, alegando que o ex-Presidente e um assessor recém-acusado tentaram impedir que imagens das câmaras de vigilância fossem acedidas pelos investigadores.

Hoje, questionado pelo radialista de extrema-direita John Fredericks sobre se anulava a sua campanha no caso de ser condenado, Trump rejeitou esse cenário.

“Não há nada na Constituição que diga que me pode (impedir)” de fazer campanha, garantiu Trump, acrescentando que “até os malucos da esquerda radical concordam com isso”.

Os registos confidenciais foram levados por Trump para Mar-a-Lago depois deste ter deixado a Casa Branca em janeiro de 2021.

Trump é agora acusado de retenção intencional de informações de defesa nacional, na sequência da divulgação de um áudio do ex-presidente a discutir os planos militares dos EUA para atacar outro país, durante uma entrevista em julho de 2021, no seu clube de golfe em Bedminster, Nova Jersey.

A entrevista foi realizada para um livro de memórias do seu ex-chefe de gabinete, Mark Meadows, que no seu livro nomeou o país como o Irão.

De acordo com a acusação, Trump devolveu o documento, marcado como ultrassecreto e não aprovado para exibição, ao governo federal, em 17 de janeiro de 2022.

Esta acusação marca uma mudança na abordagem dos procuradores ao caso de Trump, acusando-o de reter um documento que alega que o ex-presidente sabia ser altamente sensível depois de o republicano deixar o cargo — e não apenas por não o devolver ao governo quando solicitado.

Trump é o primeiro ex-Presidente na história dos EUA a ser indiciado por crimes, tendo de responder em vários processos.

O ex-Presidente diz que não fez nada que outros não tivessem feito antes – sobre a remoção de documentos confidenciais quando abandonou a Casa Branca, em janeiro de 2021 — denunciando que outros ex-chefes de Estado, como Barack Obama e George W. Bush, também o fizeram.

Para além deste processo, em Nova Iorque, um grande júri também indiciou Trump por falsificar documentos comerciais num caso que envolve o pagamento pelo silêncio da atriz pornográfica Stormy Daniels, com quem o ex-Presidente teve uma relação sexual em 2006.

E um promotor da Geórgia também deve anunciar, até setembro, o resultado de uma investigação sobre a alegada pressão exercida por Trump para tentar alterar o resultado das eleições presidenciais de 2020 naquele estado do sul.