O procurador-geral dos EUA, Bill Barr, divulgou domingo um resumo de quatro páginas do relatório de Robert Mueller, revelando não haver nenhuma prova de conluio entre a equipa de Trump e o governo russo, nas eleições presidenciais de 2016, mas, no mesmo dia, o Partido Democrata exigiu a divulgação do relatório na sua versão integral.
A Casa Branca, através da porta-voz, Sarah Sanders, esclareceu hoje que o Presidente “está muito feliz” com a conclusão da investigação e que “não tem qualquer problema” em que o relatório seja integralmente divulgado.
O governo russo também já reagiu, através de um comunicado do Ministério das Relações Exteriores que salienta que “a principal conclusão, que é a ausência de conspiração entre a campanha eleitoral de Donald Trump e a Rússia, não poderia ser outra”.
O Kremlin expressou mesmo surpresa por “para chegar a esta conclusão, uma equipa de 19 advogados, 40 agentes do FBI e criminólogos, tenham tido de trabalhar quase dois anos”.
Mas o Kremlin nada disse sobre o facto de o relatório de Robert Mueller ter comprovado “os esforços da Rússia para influenciar as eleições de 2016” e que o governo russo ordenou a “intrusão em computadores e acedeu a ‘mails’ de pessoas afiliadas com a campanha presidencial do Partido Democrata”.
Por seu lado, os líderes Democratas no Congresso consideram que o resumo do relatório é ambíguo e duvidam de que o Presidente tenha ficado totalmente ilibado de culpas.
“O documento do procurador-geral, (Bill) Barr, levanta tantas perguntas quanto as respostas”, disseram em comunicado Nancy Pelosi e Chuck Schumer, líderes das bancadas Democratas na Câmara de Representantes e do Senado, respetivamente.
Os Democratas insistem que a investigação de Robert Mueller não é conclusiva, relativamente a um possível crime de obstrução à justiça, por parte de Donald Trump, e querem conhecer mais pormenores do relatório.
A porta-voz da Casa Branca disse que o Presidente nada oporá à revelação integral do documento e que deixará ser o procurador-geral a decidir sobre essa matéria.
Na sua página da rede social Twitter, Donald Trump, colocou várias entradas manifestando o seu regozijo pela conclusão do inquérito de Robert Mueller.
“Não houve conluio. Não houve obstrução. Completa e total absolvição”, escreveu domingo Donald Trump, lamentando que “o país tenha tido de passar por isto”, referindo-se ao inquérito do procurador-especial que ele apelidou sucessivas vezes de “uma caça às bruxas”.
Comentários