“A humanidade, consciente de que o assassínio é proibido por todas as religiões abraâmicas, não deveria mais permitir a violação do direito internacional e do direito humanitário internacional em Gaza”, escreveu Erdogan na carta enviada ao Papa Francisco, defendendo que, “diante do bombardeamento deliberado de hospitais, escolas, mesquitas e igrejas que nem deveriam ser tocados na guerra, a humanidade deve levantar a sua voz”.
O líder turco considerou ainda que “sem uma resolução justa do problema entre Palestina e Israel, a paz e a estabilidade permanentes no Médio Oriente não são possíveis”.
Para alcançar esse objetivo, Erdogan disse ser “imperativo que seja estabelecido um Estado Palestiniano com a sua capital em Jerusalém Oriental, dentro das fronteiras de 1967, independente, soberano, com integridade territorial” e reconhecido internacionalmente.
Em março, a Turquia acusou Israel de ter como alvo o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, por ter denunciado crimes contra civis em Gaza e desejado a morte do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. Erdogan comparou Netanyahu a ditadores como Hitler, Mussolini e Estaline.
Em 07 de outubro, um ataque do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades de Israel. Desde então, Israel tem em curso uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 30.000 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas (que governa o pequeno território palestiniano desde 2007).
O grupo islamita palestiniano, que controla Gaza desde 2007, é classificado como uma organização terroristas por Israel, Estados Unidos e União Europeia.
Na carta, Erdogan referiu-se também à situação na Ucrânia, destacando o apoio da Turquia à integridade territorial do país invadido pela Rússia e à defesa da sua população civil desde a anexação ilegal da Crimeia em 2014.
Erdogan apelou à ação internacional para pôr fim às mortes em Gaza e na Ucrânia e sublinhou a necessidade de “uma política inclusiva e racional e de atores capazes de dialogar com todas as partes em quaisquer circunstâncias”.
O Presidente turco concluiu expressando o compromisso da Turquia em desenvolver o diálogo e a cooperação com o Vaticano, considerando que ambos partilham valores humanitários e de paz mundial.
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