A greve por distritos iniciada a 16 de janeiro termina hoje no Porto, com uma manifestação na Avenida dos Aliados que deverá juntar “milhares de educadores e professores de todo o distrito”, segundo a Federação Nacional de Professores (Fenprof), que faz parte da plataforma de oito organizações sindicais responsáveis pela greve.
Hoje, termina também a greve ao primeiro tempo de aulas promovida pelo Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE), que começou no início do segundo período de aulas.
“Prevemos muitos milhares na rua, no Porto, hoje mas também no dia 11, na manifestação nacional que se vai realizar em Lisboa”, contou à Lusa Júlia Azevedo, do SIPE, acrescentando que “os professores estão unidos e não vão desistir das suas reivindicações”.
Apesar do fim à vista destas duas paralisações, vai continuar a greve iniciada em dezembro pelo Stop e que conta já com pré-avisos até 24 de fevereiro.
Um novo colégio arbitral já definiu serviços mínimos para as greves até 24 de fevereiro, ficando garantida a presença de funcionários e professores.
Os serviços mínimos até agora decretados definem que as escolas têm de garantir o apoio aos alunos com necessidades educativas especiais, mas também aos que estão em risco de abandonar a escola assim como aos que correm risco e tenham sido sinalizadas pelas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ).
O colégio arbitral voltou a definir que as escolas terão de estar abertas em segurança e garantir as refeições aos alunos.
As greves iniciadas em dezembro do ano passado começaram com uma contestação às ideias do ministro da Educação para um novo modelo de contratação e colocação de professores, tendo sido alargadas às antigas reivindicações de funcionários e professores.
A recuperação do tempo de serviço congelado ou o fim das quotas e vagas de acesso ao 5.º e 7.º escalões são duas das principais reivindicações dos professores, que têm dito estar disponíveis para uma recuperação faseada ao longo de vários anos.
No entanto, o ministro das Finanças tem recusado estas propostas, defendendo não serem financeiras viáveis: A devolução dos seis anos, seis meses e 23 dias de tempo de serviço congelados representam um custo cerca de 331 milhões de euros por ano, segundo dados das finanças.
Os professores dizem não aceitar que “haja dinheiro para construir palcos e dar prémios de milhões a CEO de empresas, mas não há para pagar pelo trabalho feito”, disse Júlia Azevedo.
Sindicatos e ministério realizaram já, sem sucesso, quatro rondas negociais sobre o novo modelo de recrutamento e colocação de professores, devendo realizar-se no final desta semana uma nova reunião.
A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) sublinha que as escolas estão a viver de forma diferente estas greves, havendo zonas onde “não há aulas desde o início de janeiro e outras onde os alunos tiveram todas as aulas”.
A presidente da Confap alertou para a necessidade de se mapear o impacto da greve e garantir que os alunos prejudicados terão apoio que lhes permita recuperar as matérias perdidas.
No sábado, os professores e funcionários das escolas voltam a participar em mais uma manifestação nacional que se realizará em Lisboa.
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