A proibição permanente de escalar o Uluru - também conhecido como Ayers Rock - entra em vigor este sábado, indo ao encontro dos pedidos de longa data dos tradicionais proprietários aborígenes da terra, os Anangu.

A decisão foi tomada há dois anos pela direção do Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta. “É um lugar extremamente importante, não uma zona de recreio ou um parque temático do tipo Disneylândia”, afirmou na altura Sammy Wilson, um dos representantes da direção.

Desde que o anúncio foi feito, o número de turistas a visitar o monte escalou.

"Vim aqui apenas para vê-lo, mas é o último dia possível [para escalar Uluru], por isso decidi tentar", disse hoje à AFP o turista polonês Matt Oswiecimiki.

A passagem das centenas de pessoas que aguardavam para subir foi bloqueada ao início da manhã, esta sexta-feira, por questões de segurança, devido à ocorrência de ventos fortes. O The Guardian publicou um vídeo com a entrada e início da subida dos turistas, assim que os seguranças permitiram a passagem.

Mais de 395 mil pessoas visitaram o Parque Nacional Uluru-Kata entre junho de 2018 e junho de 2019, cerca de 20% mais do que nos 12 meses antecedentes, segundo a Parks Australia.

Cerca de 13% dos visitantes durante este período subiram o monte, disseram as autoridades do parque.

Os povos autóctones há muito que incentivam as pessoas a absterem-se de subir à montanha, para o proteger de danos ambientais e para garantir a segurança dos visitantes.

Lidar com as encostas do monte Uluru não é um exercício fácil e pelo menos 35 pessoas morreram ao tentar subir.

Uluru, com 600 milhões de anos, chega aos 348 metros de altura e tem um grande valor espiritual para os Anangu, cuja terra inspira as histórias sobre a criação, e o seu folclore.