O método, chamado de "terapia do frio", consiste em colocar uma pessoa durante dois ou três minutos em cabines onde a temperatura fica abaixo de -110°C.

A pessoa entra em banheiras de água gelada ou em câmaras de nitrogénio. O sistema, originalmente destinado a atletas de alto rendimento para prevenir dores musculares após exercícios, também é aplicado para aliviar doenças inflamatórias ou neurológicas, sendo utilizado inclusive fora de qualquer contexto patológico.

Embora a técnica possa causar efeitos colaterais graves, não há uma regulamentação clara sobre o assunto em França.

Os factos ocorreram na segunda-feira à tarde, segundo uma fonte policial.

Uma funcionária da academia, nascida em 1996, morreu no mesmo incidente. Outra pessoa, cliente do estabelecimento, nascida em 1991, foi hospitalizada em estado grave.

Os primeiros elementos da investigação apontam para uma fuga de nitrogénio da cabine de crioterapia, segundo uma fonte próxima. O nitrogénio constitui 78% da atmosfera, mas em quantidades maiores pode causar asfixia ao deslocar o oxigénio.

A Procuradoria de Paris informou à AFP que a esquadra do distrito 11 abriu uma investigação, em conjunto com a inspeção do trabalho.

"Uma autópsia e análises toxicológicas foram ordenadas para determinar com precisão a causa da morte, que aconteceu durante uma sessão de crioterapia", afirmou uma fonte da Procuradoria.

A cabine de crioterapia havia sido consertada na segunda-feira, disse a fonte próxima à investigação.

Nos últimos anos, esta prática tornou-se moda, desde atletas que falaram bastante sobre ela durante os últimos Jogos Olímpicos. Nas redes sociais, especialmente no TikTok, muitos influenciadores promovem o uso de banhos com água gelada.

No entanto, "o gelo é frequentemente usado para benefícios não comprovados", observou um artigo de 2024 no British Journal of Sports Medicine, que alertou sobre o alto custo ambiental desse método.

Vários estudos, citados pelos defensores da crioterapia, enfatizam os seus benefícios, mas são de baixa qualidade, conforme observado numa análise de 2019 do Instituto Francês de Saúde e Investigação Médica.