Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, em Luanda, aquela organização das Nações Unidas refere que “foi com elevada dor e consternação” que tomou conhecimento do incidente no estádio municipal 04 de Janeiro, na cidade do Uíge, no jogo inaugural do ‘Girabola’, que provocou ainda pelo menos 59 feridos.

No mesmo documento, a Unicef “aproveita para reiterar mais uma vez a necessidade de se dar a devida atenção às crianças e garantir que elas beneficiem sempre de um ambiente protetor e seguro”.

Segundo informação prestada ainda na sexta-feira à Lusa por fonte da equipa da casa, o Santa Rita de Cássia do Uíge, que se estreia esta época no principal campeonato angolano de futebol, o incidente terá sido provocado por um alegado forçar da entrada no estádio pelas pessoas, que causou a morte, por asfixia, de vários adeptos, incluindo crianças.

O número oficial de vítimas mortais mantém-se nos 17, mas há relatos locais de que esse número poderá já ter ultrapassado as duas dezenas.

Fonte da Proteção Civil do Uíge disse à Lusa, no sábado, que sete dos 59 feridos do incidente de sexta-feira permanecia em estado grave, no hospital da cidade, mas outros já começaram a receber alta médica.

O Presidente angolano lamentou entretanto a morte dos adeptos que tentavam assistir ao jogo de futebol no Uíge, instruindo o governo provincial a dar apoio aos sinistrados e ordenando a abertura de um inquérito.

A investigação, segundo dados recolhidos pela Lusa, é coordenada pela delegação provincial do Uíge do Ministério do Interior.

O jogo inaugural do campeonato angolano de futebol, o ‘Girabola’ 2017, entre o Santa Rita de Cássia e o Recreativo do Libolo teve milhares de pessoas a tentar assistir à partida num estádio com capacidade para pouco mais de 1.000 adeptos.

O Ministério da Juventude e Desportos já solicitou à Federação Angolana de Futebol, à Associação de futebol local e às autoridades da província do Uíge que averiguem as causas do acontecimento e a tomada de medidas que se imponham necessárias.

O presidente do Santa Rita de Cássia, clube formado em agosto de 2015 e que no seguinte sagrou-se campeão da segunda divisão, carimbando assim a subida ao ‘Girabola’, responsabilizou a polícia pela tragédia que causou a morte de pelo menos 17 pessoas no estádio municipal 04 de Janeiro, na província de Uíge, no jogo com o Recreativo do Libolo, que terminou com a vitória dos forasteiros, por 1-0.

“Ocorreu um erro grave da polícia, ao deixar a população aproximar-se do campo. Muitos não queriam pagar e os que tinham bilhetes não conseguiam entrar. Depois começou a confusão. É muito triste”, explicou Pedro Nzolonzi.

Em declarações à Lusa, o líder do clube vincou que as forças de segurança deveriam ter acautelado a chegada dos adeptos.

“Uíge é um povo que gosta de futebol e todo o mundo queria entrar no campo. Foi uma falha grave. A culpa disto tudo é da polícia. E era fácil evitar: era só alargar o cordão de segurança”, disse o dirigente angolano.

Situada a cerca de 300 quilómetros de Luanda, a cidade do Uíge é capital da província com o mesmo nome, no norte de Angola, na fronteira com a República Democrática do Congo.

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