“Exigimos que exista, no imediato, um reforço da disponibilidade de embarcações a operar e em condições de operar, porque só dessa forma é que conseguem garantir os horários que têm estipulados”, afirmou à agência Lusa, o coordenador da Comissão de Utentes do Cais do Seixalinho, Nuno Catarino.
No âmbito de uma tribuna pública em defesa do transporte fluvial no rio Tejo, que decorreu hoje no terminal fluvial do Cais do Sodré, em Lisboa, Nuno Catarino lembrou que, “na primeira quinzena de dezembro, houve um conjunto de ruturas nas embarcações, ou seja, não tinham embarcações disponíveis para cumprir os horários que estavam estipulados, portanto houve um conjunto de supressões, situações de grande transtorno para todos os utentes”.
De acordo com o coordenador da Comissão de Utentes do Cais do Seixalinho, as empresas Transtejo e Soflusa dispõe de 22 embarcações, porém, destas, “apenas seis, neste momento, estão em condições de operar”, devido à falta de manutenção dos navios e à falta de obtenção de certificados de navegabilidade.
“O que os utentes exigem é que seja cumprido o serviço para o qual os utentes pagam o seu passe e têm os seus horários”, reforçou Nuno Catarino.
Para o coordenador da Comissão de Utentes do Cais do Seixalinho, tem que existir a garantia, por parte quer da nova administração da Transtejo e da Soflusa, quer do Governo, “de que situações como o que aconteceu na primeira quinzena de dezembro não voltam a acontecer”.
Neste sentido, a tribuna pública “pode ser considerada uma receção de boas-vindas à nova administração” das empresas Transtejo e Soflusa, com quem as comissões de utentes e os sindicatos dos transportes pretendem solicitar uma reunião, em breve, para que os problemas no transporte fluvial no Tejo se resolvam, explicou Nuno Catarino.
Durante a tribuna pública, a Lusa ouviu alguns utentes do transporte fluvial no Tejo e as opiniões sobre o serviço prestado pelas empresas Transtejo e Soflusa são díspares.
Utilizadora diária do transporte fluvial, Teresa Rodrigues manifestou-se insatisfeita com o serviço prestado, indicando que os problemas notam-se, “principalmente, em dias da semana”.
“À falta de muitos barcos, os horários, na maior parte das vezes, não são cumpridos. [...] A partir das 09:30 até às 15:00, há efetivamente falha de muitos barcos e a pessoa vê-se obrigada - como já me aconteceu - a estar uma hora e meia à espera que venha o próximo barco e é se esse barco às vezes também não falhar”, contou Teresa Rodrigues.
Além dos problemas no funcionamento do transporte fluvial no Tejo, a utente queixou-se das condições dos barcos.
“Viajamos em barcos que nota-se que já têm muito tempo, alguma degradação, cadeiras partidas, estofos completamente riscados, sujos, alguns rasgados. Tentam, maioritariamente, que estejam limpos, mas a limpeza não se nota muito porque já são muito velhos”, indicou.
Com uma visão oposta, Carolina Lopes mostrou-se satisfeita com o serviço prestado pelas empresas Transtejo e Soflusa.
“É um bom serviço, pelo menos, em termos de horários, eles não falham, não se atrasam, nem nada dessas coisas e há com bastante frequência”, considerou.
Já Ricardo Ferro, que usa diariamente o transporte fluvial, defendeu a modernização dos barcos e o cumprimento dos horários.
“Alguns barcos podiam ser melhorados e às vezes é a pontualidade” que falha, apontou o utente, acrescentando que, apesar destas situações no transporte fluvial, os problemas no Metropolitano de Lisboa são piores.
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