Os resultados foram obtidos seguindo 16.235 voluntários de todo o Brasil durante dois anos, de acordo com o Instituto Butantan em São Paulo, uma das mais prestigiadas instituições de investigação médica do país.
Não foram comunicados casos graves de dengue entre os participantes no estudo da fase três, que está em curso desde 2016.
A fórmula de dose única foi administrada a 10.259 dos voluntários, enquanto os restantes receberam um placebo.
Os investigadores também analisaram a eficácia do soro em casos de exposição anterior ao vírus.
A proteção aumentou para 89,2% nas pessoas que tinham anteriormente contraído dengue, mas caiu para 73,5% naquelas que nunca tinham tido contacto com a doença.
A vacina foi concebida para funcionar contra os quatro serótipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), embora durante o período de estudo apenas os dois primeiros tipos pudessem ser testados quanto à sua eficácia, uma vez que eram os que circulavam no Brasil na altura.
Os ensaios da fase três continuarão até que os dados de eficácia total estejam disponíveis para os quatro serótipos.
Atualmente, apenas uma vacina é aprovada pelas autoridades sanitárias no Brasil, disponível apenas na rede privada e aplicável a doentes que já tiveram dengue.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registou 1,4 milhões de casos e 978 mortes por dengue até agora este ano, um aumento de 172% e 400% em relação a 2021, respetivamente.
A nível continental, cerca de 500 milhões de pessoas nas Américas estão em risco de serem infetadas com o vírus, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
O número de casos na região cresceu constantemente nas últimas quatro décadas, de 1,5 milhões na década de 1980 para 16,2 milhões entre 2010 e 2019.
A nível mundial, cerca de 400 milhões de pessoas sofrem de dengue todos os anos.
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